Uma aliança objectiva de desonestos, oportunistas e batráquios da política tem estado a atacar o Presidente da República, por razões de ódios pessoais e clubismo.
Considero este tipo de comportamentos como sendo de alto risco. A Presidência da República e o seu titular devem ser mantidos fora das guerras partidárias, sobretudo numa altura em que o país vive uma crise estrutural muito séria. A instituição e a autoridade do cargo devem merecer o respeito de todos. Só assim poderão funcionar como um último recurso constitucional.
Mais ainda. Com o tipo de dirigentes partidários que temos, convém ter alguém que continue a merecer o respeito dos cidadãos, para que possa, de facto, funcionar como um árbitro e ponto de referência institucional.
Quanto aos políticos desonestos, oportunistas e batráquios, não é preciso mencionar nomes. Cada um sabe bem que carapuço deve enfiar.
O meu texto desta semana, na revista da Visão, reflecte sobre a posição dos Presidentes dos EU e da França, mais do Primeiro-ministro britânico, que anunciaram publicamente que o futuro da Líbia não pode incluir, de modo algum, o Coronel Kadhafi.
Que consequências advirão de uma decisão tão grave como essa?
MG, o autor do blog Nação Valente, escreve um comentário, ao meu texto de há dias, sobre a diálogo entre a Europa e o mundo árabe. É um comentário que levanta pontos interessantes, como por exemplo: "A mudança no Mundo Muçulmano tem de partir de dentro e não de fora. E passa por um alterar de mentalidades que aceitem com naturalidade a divórcio entre a religião e a política."
Assim será, nalguns casos.
O debate continua em aberto. Ao mesmo tempo que continua em aberto toda uma série de crises, incluindo a da Síria. A Síria está cada vez mais no centro das atenções. É um caso importante, num regime laico e num país altamente estratégico. A pressão internacional sobre Assad passa por lembrar ao jovem ditador que as violações muito sérias dos direitos humanos acabam por custar caro a quem as pratica.
Passei a tarde na pequena povoação de Grimbergen, 10 km a Norte de Bruxelas. É um aldeia antiga, mas completamente renovada, muito bem organizada, construída à volta de uma enorme abadia, terra produtora de cerveja de alta qualidade. A população tem um poder de compra elevado. À volta da urbe, existem caminhos que permitem longos passeios a pé ou de bicicleta. Velhos e novos, aproveitam.
Os patos selvagens sentiam-se felizes. E sem medo de nós, os humanos.
As listas dos candidatos à Assembleia começam a ser conhecidas. Trata-se das escolhas dos líderes dos partidos. Não têm nada que ver com a democracia representativa. É um apanhado de fiéis, de oportunistas e de saltimbancos da política. E pouco mais, que excepções sempre as há.
Começam a ser conhecidas as cabeças de lista para as eleições de 5 de Junho. Por isso pensei neste bichinho, que encontrei algures na rota da seda, e que sem ser candidato a nada, tem uma linda cabeça. Ficaria muito bem em vários cartazes partidários.
Ao ler o editorial que os Presidentes dos Estados Unidos e da França, mais o Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha, publicaram hoje em três jornais de referência, compreendo que a diplomacia se faz agora de outro modo. Já não tem nada que ver com o que aprendi na minha longa vida na ONU. Nestes tempos de hoje, faz-se diplomacia através de editoriais de opinião. É a diplomacia na praça pública.
Lendo o documento com cuidado, chego mesmo à conclusão que agora, a guerra é declarada através das páginas dos jornais.
Pediram-me para reflectir sobre a nova problemática do diálogo entre a Europa e o Mundo Árabe, à luz dos acontecimentos deste ano, que têm estado a ocorrer nas margens Sul do Mediterrâneo.
Curiosamente, a instituição que fez o pedido continua a olhar para o Sul com a mesma atitude paternalista de sempre. Como se os Europeus fossem os donos da democracia, dos valores humanistas, da verdade e do planeta. Ora, o relacionamento entre os dois lados do Mediterrâneo vai ser muito diferente do que tem sido até agora. Sem esquecer a questão da Palestina.
A decisão, surpreendente, de Fernando Nobre, de aceitar ser candidato a deputado pelo PSD e à chefia do nosso parlamento, deixa muitas dúvidas no ar.
Primeiro, sobre a personalidade do interessado. O homem resolveu fazer agora o que dissera, há um mês, que não faria. Quem acreditou nele, na altura, fica agora com um amargo de boca.
Segundo, sobre a possibilidade de se poder fazer política fora dos partidos convencionais. O caso parece mostrar que continuamos a estar totalmente dependentes da ditadura dos partidos políticos, em que o chefe da agremiação pode e manda e não dá contas a ninguém. Até ser substituído, um dia, pelo senhor que segue.
Terceiro, sobre a seriedade de futuras candidaturas não-alinhadas. Nobre deu agora uma machadada na credibilidade dos independentes e dos que pensam salvar o país. Será que, afinal, são todos uns meros oportunistas?
Quarto, sobre a capacidade de discernimento de quem o quer propor como cabo-maior da Assembleia da República.
Quinto, sobre a minha capacidade de entender os políticos portugueses. De facto, não os entendo. Será por ter, toda a minha vida, jogado num outro campeonato?