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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Revelias

A Comissão Europeia está a atravessar uma fase de desnorte e desmotivação. As transferências de funcionários de um serviço para o outro e a falta de coragem perante as tropelias dos Estados membros - ninguém ousa dizer às capitais que certas decisões estão fora dos acordos comunitários - fazem aumentar a confusão.

 

Entretanto, Mário Soares publicou hoje mais umas linhas sobre a senhora Merkel e a Europa. Chavões, frases feitas, puro ácido e uma análise pela rama, tudo a revelar que não entende o que se passa actualmente na UE. Mas não está só. Ainda ontem li um artigo de Dominique Moisi sobre a Alemanha que se inspira em puro idealismo criativo e sem raízes na realidade que define a nova relação de forças na Europa. 

 

Não tive oportunidade de ler o que disse Chris Patten, que há dias falou, em Lisboa, sobre temas similares. Valerá a pena comparar.

 

Entretanto, os Estados Unidos estão de volta. Curiosamente, a Polónia é um dos aliados preferidos. Geopolítica e o peso das forças armadas polacas explicarão uma boa parte do interesse.

 

Dá para perder o apetite

Foi um dia de más notícias.

 

Primeiro, a epidemia de e-coli. Atingiu hoje a Europa e as instituições europeias, em Bruxelas. Deixaram a Alemanha insinuar que a origem poderia estar em Espanha, permitiram que se espalhasse um certo pânico, e que as importações fossem suspensas, à revelia dos mecanismos que existem na UE para resolver estas situações.

 

Depois, a Grécia a afundar-se mais ainda na confusão política. E o euro a continuar artificialmente alto, graças aos especuladores de curto prazo e aos orgulhos e egos de certos políticos, pessoal de vistas estreitas.

 

Ainda a Líbia, com a União Africana a seguir uma via impossível e certos países ocidentais a colocar no terreno operacionais que lá não deveriam estar.

 

Finalmente, Portugal. Com gente que se quer séria a dizer, publicamente, que esta escolha eleitoral em curso é uma questão do mal o menos. Ou seja, não há ponta por onde se lhes pegue, por isso vota-se no menos mau.

 

Sem contar que, ao chegar a casa, notei que havia deixado em parte incerta, no meu quarto de hotel em Praga, a agenda de endereços dos meus contactos. Era um carnet que fizera vinte anos em Janeiro deste ano. 

Reflexões de viagem

O mosteiro de Strahov, numa colina vizinha do castelo de Praga, com uma vista espectacular sobre a cidade, data do ano 1140. É um complexo vasto, bem desenhado e ricamente construído. Como muitas outras igrejas de Praga, revela não só as raízes antigas da cidade como a imensa riqueza da região, através da história.

 

Nota-se, assim, que esta parte da Europa teve meios económicos excepcionais. Não resultaram das expoliações coloniais, nem de razias levadas a cabo nas terras dos outros. Foram criados localmente e expoliados às populações autóctones desses tempos. Ou seja, existiu, nestas paragens, uma capacidade para criar mais-valias de valor considerável. O trabalho das pessoas locais foi o factor determinante.

 

Creio que continua a existir a mesma capacidade, pois há disciplina, respeito pelo bem comum e grande empenho das populações. O fundamental  é que a riqueza de agora sirva para financiar um desenvolvimento harmonioso.

 

Esta é uma uma Europa que se mexe e que acredita.

 

Andamos todos em campanha

 

Copyright V. Ângelo

 

Para os barões políticos que andam em campanha e cavalgam um mundo de ilusões e fantasias, estes cavalinhos de madeira dariam muito jeito. Estão bem adaptados ao ritmo circular, o andar à volta sem sair do mesmo sítio, que é, aliás, muito próprio dos nossos queridos líderes.

 

Não serviriam para grande coisa, nestas muitas horas de caminhada que são necessárias para percorrer Praga. Como também não serviria para muito trazer até esta cidade o homem da câmara de Lisboa. É verdade que Praga é uma cidade impecavelmente limpa, bem organizada, cheia de animações de rua que põem em destaque a cultura checa e dos povos vizinhos. Mas o homem de Lisboa sabe isso, tão bem como todos nós. Só que é, como tantos outros, incompetente. A arrogância com que se passeia na vida da política da nossa capital esconde, apenas, a incapacidade de fazer coisas com resultados.

 

Mas, não está só. Há muitos mais assim.

 

 

Praga

Estou em Praga desde esta manhã. À tarde, passei cinco horas a visitar o Castelo. Cinco horas! Milhares de turistas. Impressionante. Só que o meu joelho direito, antigo jogador a sério de ténis, não gostou muito da brincadeira. Acha que estas coisas, tal como a beleza humana, são para ver com tempo.

Disse-me, aliás, que eu parecia o Paulo Portas em campanha, a cem à hora, a apertar mãos às cegas, com a mesma indiferença de quem corre a corta-mato.

Índia e África

A Índia também está a apostar a sério no Continente Africano. 

 

A primeira cimeira entre a Índia e África tivera lugar em Deli em 2008. A segunda acaba de ser concluída em Addis Ababa. Notou-se a participação de vários chefes de Estado africanos, embora não tantos como inicialmente previsto.

 

A Índia vai investir, no seguimento desta reunião, 6 mil milhões de dólares em África, nos próximos três anos. A maior parte deste dinheiro será para financiar linhas de crédito. O restante irá para projectos de infra-estrutura e para a formação de quadros africanos. 

 

A agricultura, em particular, a produção alimentar, será igualmente um dos focos da cooperação. 

 

Finalmente, conviria notar que a União Africana mereceu uma atenção especial por parte dos dirigentes indianos. Como que para provar que a Índia respeita as instituições africanas. 

A retórica de Tordesilhas

O Presidente dos EUA e o Primeiro-ministro do Reino Unido falaram, hoje, da relação privilegiada entre ambos os países. Classificaram-na de essencial. 

 

Mencionaram as operações em que ambas as forças armadas cooperam, no Afeganistão, na Líbia e nos mares da Somália, contra a pirataria. Curiosamente, o Iraque não foi mencionado. Já saiu, a bem ou a mal, da lista das prioridades militares.

 

Referiram-se à cooperação diplomática e na área da inteligência e das informações de segurança. No combate ao terrorismo. O Sudão e o conflito israelo-palestiniano mereceram um lugar de destaque. O mesmo aconteceu com as transições democráticas no mundo árabe.

 

Não podiam deixar de discutir a situação económica. Nos seus países e de um modo mais lato. Da necessidade de criar empregos. De promover o investimento recíproco. De fazer avançar a investigação científica e tecnológica. 

 

A Líbia foi o grande tema. A campanha militar da NATO arrasta-se. Tem custos elevados. E uma legitimidade tenue, que precisa de ser lembrada a cada passo. Sem contar no impasse político que é cada vez mais evidente.

 

A relação entre Washington e Londres pode ser, na verdade, essencial. Mas talvez se tenham esquecido que não é suficiente. Precisa de uma aliança mais ampla. Como também precisa de um ou dois casos de sucesso, para que se torne mais real e menos retórica.

Abyei

Como previra há meses, num artigo sobre o Sudão, publicado na Visão, o governo de Cartum começou agora uma ofensiva militar contra a região fronteiriça de Abyei. E contra as tropas do Sul Sudão. Esta agressão, se não for parada a tempo, pode provocar uma catástrofe humanitária e reacender o conflito armado entre o Norte e o Sul do Sudão. 

 

Tendo em conta que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se reúnem amanhã, enviei uma ou duas mensagens sobre o assunto a gente com influência. O ministro sueco, Carl Bildt, um dos melhores da União, acaba de me assegurar que o assunto será debatido em Bruxelas, na reunião de amanhã. E que lutará para que a posição europeia seja clara, sem ambiguidades. 

 

Os dirigentes de Cartum precisam de perceber que pisar o risco e faltar ao respeito pela comunidade internacional são ilegalidades com um preço elevado.

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