Compreender a condição militar e de segurança
A decisão do governo português de congelar as promoções nas Forças Armadas e de Segurança é um erro que revela, entre outras coisas, desconhecimento da condição militar e desprezo pelas condições especiais que definem os trabalho dos agentes de segurança.
A tudo isso, o ministro das Finanças acrescentou, ontem, na sua declaração à imprensa, um outro insulto, que só pode ser fruto da ignorância: o de dar a entender que estas forças e os seus ministérios - o MAI e o MDN - não estão a respeitar a lei e fazem promoções ilegais.
Vejo esta situação, tendo em conta a minha experiência na matéria, com preocupação. Vem aumentar o mal-estar dentro de serviços de soberania fundamentais, que já se encontram, aliás, numa situação de disfuncionalidade relativa, por falta de recursos. Como exemplo disto, veja-se os dados revelados pela GNR, que mostram que o orçamento de 2010 foi tão magro, que, para além das despesas com os vencimentos, apenas 7% da verba total ficou disponível para fazer funcionar a máquina.
Uma máquina que, assim, não pode funcionar. Quem é que vai explicar isto ao governo?