Sem miolos
Terminamos a semana com muito ruído político mas sem ideias novas. Somos, cada vez mais, um país de frases ocas, que confundem grandiloquência com substância. Quem escreve, comenta e fala publicamente perde-se num estilo majestoso, que nada explica, nada propõe, nada resolve.
O pior é que os portugueses se habituaram a gostar da eloquência das asneiras bem ditas. E os jornalistas e companhia ficam em adoracao perante umas tolices ditas por gente que já foi de peso e outros que se julgam importantes. É um jornalismo de boquiabertos.
Quando não zurramos de modo sublime, fazemos propostas tolas, como as um senhor que parece que por aí anda e que tem uma lista de instituições e serviços da administração pública que devem ser eliminados. O homenzinho confunde a poda com o desbaste, quando o que é de facto preciso é reformar a quinta do Estado. Cortar a rama é solução de quem não sabe fazer melhor ou tem medo do abate a sério.