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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Bom apetite

Há uma semana que almoço na messe VIP da Academia de Defesa da Letónia. O menu, apresentado com muito cuidado, é sempre o mesmo, uma sopa de um puré que deveria ser acompanhada por uns cubos de pão torrado, um filete de peixe cozido, de nome vagamente indefinido, mas sem espinhas, para quem quer bicho do mar, que também há a alternativa de uma carne cozida, a que se dá o nome ilustre de "bife", e uma fatia de um bolo que deveria ter umas seiscentas. Todos os dias sai uma igual. Tudo com estilo e sumo de laranja, ou de maçã, e água com rodelas de limão.

 

Até hoje pensei que o ilustre chefe da cozinha só sabia preparar estes dois pratos. Hoje, quando nos trouxeram a ficha que permite escolher o menu do dia seguinte, vi que haviam acrescentado uma linha: frango! Ou seja, posso anunciar esta noite, com prazer, que o meu almoço amanhã será frango. O resto da refeição, incluindo o acompanhamento da ave, não sofrerá alterações.

 

 

Nas ruas do civismo

Ao cair do dia, fui dar uma volta a pé pela Riga antiga. Convenci o Brigadeiro JNF a ir comigo. Este oficial general português é um dos participantes no curso de que sou monitor. Se não tivesse sido desafiado, ter-se-ia fechado no seu quarto, a tentar completar o exercício que lhe fora dado hoje. Depois de um longo dia fechado em salas de aula, não ir espairecer um pouco seria um erro.

 

Lá fomos. Ele não conhecia a cidade. Servi, por isso, de cicerone. Notou, rapidamente, que em cada esquina há uma câmara de videovigilância. Esta é uma cidade segura. Cada visitante recebe, aliás, um folheto que o informa sobre as estatísticas dos roubos nos diferentes sectores da cidade, com as zonas de maior número de incidentes, que são raros, marcadas a vermelho, seguidas pelas zonas amarelas e de tonalidade mais pálida. O mesmo folheto enumera os locais - restaurantes, discos, bares, etc - que devem ser evitados, por praticarem preços exorbitantes.

 

Além disso, o centro é quase todo pedonal. A parte antiga está, em grande parte, fechada ao trânsito, com umas poucas excepções. Estacionar na rua, num ou outro dos raros locais onde isso é permitido, custa uma fortuna e tem que ser pago por SMS.

 

As ruas estão impecavelmente mantidas. Vê-se que há civismo. É proibido beber álcool em público, a não ser que seja nas esplanadas autorizadas para o fazer.

 

Chegámos à conclusão que cada povo é como é. Mas, de facto, a vida em sociedade é bem mais fácil quando os cidadãos  se respeitam entre si e as autoridades não têm receio de impor um mínimo de ordem pública.

Um dia longo

O meu dia em Riga começou antes das 05:00 e está a terminar agora, por volta das 23:00 horas. Antes de ir para o descanso, ainda vejo uma ou duas mensagens loucas, vindas de Portugal, sobre o Aberto fora-da-lei e mais umas desculpas patéticas de quem não  tem a coragem política que o caso pede.

 

 

Da Grécia à Madeira

A semana que se avizinha vai revelar, infelizmente, que a Europa não está pronta para o segundo pacote grego. O dinheiro não será desbloqueado. Mostrará, infelizmente também, que a Grécia não quer reconhecer que vive num beco sem saída.

 

O que sempre fora evidente vai agora entrar-nos pelos olhos dentro: a Grécia não reune as condições políticas necessárias para levar a cabo as reformas que lhe são exigidas - e que são indispensáveis, tendo em conta o ponto a que a situação chegou.  E a UE também não tem as condições políticas para executar o que prometera fazer a 21 de Julho.

 

Estamos nas vésperas de um choque entre duas placas telúricas profundas que vão alterar profundamente a paisagem política e financeira da Europa. A Grécia não tem mais opções: quer o faça quer não, a miséria generalizada do seu povo é inevitável. Só que, se o fizer, se cumprir o programa, ficará no Euro, e talvez consiga, num horizonte distante, voltar a recuperar economicamente. A UE ainda tem uma opção: chegar a um acordo, nos próximos dias, e dar mais um balão de oxigénio ao povo grego. Não creio que isso venha a acontecer. Até por que muitos se interrogam sobre a utilidade desse balão.

 

Portugal tem que aprender com a experiência dos outros. Claramente, a lição vinda da Grécia é que ninguém ajuda ninguém, a não ser que nos ajudemos a nós próprios primeiro. Convém ter isso presente. E não deixar que o caso da Madeira, por exemplo, ponha em dúvida a nossa determinação em sairmos do buraco. Um tratamento exemplar das irregularidades do governo regional é, agora, uma componente essencial da nossa salvação nacional.

 

Temos que levar estas coisas a sério.

 

Vamos observar a classe política que nos dirige.

O senhor Alberto finge que não entende

O senhor Alberto proferiu umas ameaças, do género, "se nos continuam a chatear, com essas ninharias de uns dinheiros gastos sem cabimento nem autorização, cada lado vai à sua vida, separa-se a trouxa".

 

O Senhor Alberto ainda não percebeu que a conversa de uma possível independência não aquece nem arrefece, nem lá nem cá. São ameaças vazias, de um irresponsável que não vê dois palmos para além das suas conveniências pessoais. E a sua conveniência mais pessoal é a de estar no centro das atenções e nos veludos do poder.

O Alberto põe-nos à prova

O Alberto já mostrara repetidas vezes ser um trapalhão de primeira apanha. E, também, um demagogo. Só que isto de ser demagogo com o dinheiro dos outros tem um preço muito elevado, nos dias de hoje. Vem complicar a vida de todos nós. Mas, acima de tudo, agrava um problema que precisava, aliás, de ser aliviado: a imagem trapalhona, pouco séria, de Portugal, nalguns círculos internacionais. O Alberto veio dar argumentos a quem nos quer afundar. O Alberto é um político suicida. Só que, quando rebenta, leva muita coisa com ele.

 

Existem aqui várias questões. Por um lado, a experiência já nos havia ensinado, noutros cantos do mundo, que um idiota que fica muitos anos no poder acaba por praticar a idiotice fatal, que acarreta grandes consequências, que tem um impacto de longo prazo, que traz a desgraça. Em seguida, a demagogia é útil aos clientes e fiéis do demagogo. O demagogo sabe que tem que deixar o seu círculo de seguidores aproveitar-se da situação, que isso o ajudará a guardar o poder. Em terceiro lugar, uma situação como a que o Alberto criou é um teste litmus para a liderança do seu partido e para a Presidência da República. O líder do partido do Alberto vai ter que tomar posição. Não se pode refugiar por detrás do mar que nos separa da terra do Alberto. Tem que mostrar que está à altura. O Presidente, enquanto garante dos interesses nacionais, e do bom funcionamento das instituições da República, incluindo dos governos regionais, vai ter que se pronunciar.

 

O Alberto é, na verdade, um problema nacional.

A Europa do abismo

Publico na Visão de hoje uma reflexão sobre a evolução, nas últimas décadas, da política internacional, bem como um ponto de vista sobre o futuro da Europa, se não houver juízo a Norte e a Sul do Reno.

 

http://aeiou.visao.pt/pano-para-mangas=f622352

 

Espero suscitar alguns comentários.

 

 

 

Confiar nos nossos concidadãos

Depois de ter feito o check in, apercebi-me que havia trazido na bagagem de mão um carregador telefónico que deveria ter ficado em casa, onde faria falta, durante a minha longa ausência que hoje começou. Que fazer? Não tinha ninguém a quem o entregar no aeroporto, como também não teria tempo de voltar a casa, para o deixar.

 

Fui à praça de taxis das partidas, a da parte de cima, no aeroporto da Portela, e o primeiro táxi disponível avançou na minha direcção. Era conduzido por um jovem, que pela conversa percebi ser muito recente na profissão. Entreguei-lhe o carregador, dei-lhe o valor estimado do custo do percurso, e pedi-lhe que o entregasse em casa. Sem mais. Disse-me que estivesse descansado.

 

E entregou.

 

Fiquei contente. Foi bom para a minha maneira de ver as coisas saber que se pode confiar num motorista anónimo que faz do táxi o seu ganha pão.

 

O país precisa que se tenha confiança nas pessoas. Assim se construíram, noutros lugares, sociedades que funcionam bem.

 A confiança cívica faz parte da riqueza de um país.

 

Este terá sido um caso isolado, mas quero acreditar que abre uma luzinha de esperança.

 

 

Tino

Um dirigente partidário disse ontem, alto e bom som, que não está de acordo com a inclusão de uma cláusula na Constituição que limite a dívida pública. A razão que mencionou é estranha. Diz que está farto dos mercados. 

 

Este tipo de declarações, neste momento de crise profunda que Portugal vive, é inoportuno. Não tem em conta as dificuldades financeiras que o país atravessa e a necessidade de encontrar novos financiamentos.

 

Pede-se a quem tem responsabilidades públicas e que representa, ao mesmo tempo, a direcção de um partido do arco da governação, que tenha mais tino. Não é uma questão de andar a zorros em relação aos mercados. Trata-se, simplesmente, de perceber onde nos encontramos.

 

 

 

Rabaçal

O discurso de encerramento do congresso do PS tem uma parágrafo sobre a politica europeia. É um parágrafo fraco, feito de lugares comuns. Pena.

 

O assunto é de uma importância vital para nós e para o futuro do projecto europeu.

 

Quem, no PS, pensa nestas coisas da Europa tem que passar a pensar melhor. Não pode, nomeadamente, cair na esparrela das acusações contra outros dirigentes europeus. Temos que mostrar duas coisas: que sabemos pôr a nossa casa em ordem; e que queremos contribuir para que se encontrem soluções comuns, politicamente viáveis e capazes de restabelecer a confiança nas instituições e nos governos da Europa. 

 

Num momento grave, muito perigoso, para Portugal e para a Europa, é preciso ter os pés bem assentes na terra, com calma, e apresentar propostas positivas. Andar à trela de incendiárias passionárias, de iluminados primários e de tios que já deram o que tinham que dar, não leva a parte alguma.

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