Mudar o Conselho de Segurança: será possível?
O meu texto da semana passada, na Visão, sublinhava a responsabilidade que cabe ao Conselho de Segurança da ONU, no que respeita à resolução da crise israelo-palestiniana. Vários leitores têm manifestado profundo desagrado com a actuação do Conselho, não só neste caso, como noutros, sendo o mais recente relacionado com a situação na Líbia e a intervenção militar de certos estados ocidentais nesse país.
Compreendo a frustração expressa, que mostra a falta de credibilidade do Conselho. Mas temos que reconhecer que isso não retira ao Conselho as suas responsabilidades. É de facto responsável pela paz e a segurança ao nível internacional, e por muito imperfeito que seja, é ainda a melhor opção existente. Só que precisa de uma grande reforma, para se tornar mais representativo e mais equilibrado. E é aí que a porca torce o rabo: essa reforma parece estar muito longe, depois de várias e repetidas tentativas, ao longo de tantos anos.
Ou talvez já não esteja assim tão longe, que o mundo pode mudar mais depressa do que se possa pensar. É que a crise que as economias mais desenvolvidas estão a viver traz em si as sementes de uma mudança muito importante, nas relações internacionais.
Estarei a ver mal?