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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Cortes de palavras

Tenho estado a discutir as principais tendências que poderão caracterizar o mundo em 2012. Faz parte de uma entrevista que sairá num jornal, em Lisboa, na próxima semana.

 

Por falta de espaço, o leitor não lerá nessa entrevista as duas frases que agora cito :

 

"A Europa, enquanto entidade comum colectiva, vai continuar a perder peso e relevância nas relações internacionais. A política externa da União é, já hoje, um faz-de-conta irrelevante, por culpa de todos, não apenas da Baronesa Ashton."

 

É sempre assim. Nunca há espaço suficiente para se dizer tudo. Há que saber cortar.  

Sahel para fazer de conta

Participei numa discussão sobre a Estratégia da UE para a Região do Sahel.

 

Fiquei com a impressão que a estratégia não é estratégica, não entende as causas profundas da insegurança nessa parte de África, não inclui um estado fundamental, o Chade, e tem um número excessivo de objectivos. 

 

Pareceu-me, também, que os burocratas da UE estão, também neste caso, mais preocupados em mostrar aos estados membros que não se esquecem do Sahel do que em obter resultados duráveis. 

 

E os políticos europeus, como de costume, vivem na ilusão e num mundo que tem pouco que ver com a realidade. 

 

Exemplos

Ontem escrevi que o país se estava a transformar num manicómio. Paulo Rangel, o eurodeputado do PSD, deve ter pensado que deveria ilustrar a minha conclusão e saiu a público, para propor a criação, veja-se bem, de um instituto que ajude os portugueses a emigrar. Claro que não estranhei a proposta, já que o homem, como sempre, já é habito, pensou que não devia ficar atrás de outros loucos que por aí andam. 

 

O mesmo acontece agora com os maquinistas da CP. A companhia está na falência. Os ditos trabalhadores resolvem fazer três dias de greve, em cima do Natal, mais um dia de greve no Ano Novo. Vai ser preciso abrir uma ala suplementar no hospício, para acomodar esta gente toda.

 

Quem não anda desnorteado é o Banco Central Europeu. Fez o que deveria ter feito há tempos, mas mais vale tarde do que nunca. Colocou 489 mil milhões de euros nos bancos europeus, com um juro de 1%, para começar, por um período de três anos. Ou seja, veio dar resposta a uma questão fundamental que é a falta de liquidez nos bancos comerciais.

 

É de esperar que esse dinheiro seja utilizado para financiar a economia real. Seria um erro gastá-lo em obrigações do tesouro. Há que estar atento, pois esse risco existe. 

A Coreia do Norte é um perigo

A Coreia do Norte é uma farsa trágica. Os seguidores do regime são caricaturas de pessoas. Essa é a face visível do país. A invisível revelaria a miséria extrema em que vive a grande maioria da população, fora da capital. E a opressão sistemática a que estão sujeitos, a repressão implacável de quem não pensa como o chefe.

 

Com um exército de fanáticos, mais de um milhão que são, e com o armamento de que dispõe, a Coreia do Norte é uma ameaça muito séria para a paz da região. Por esta razão, e pela violação sistemática dos direitos humanos, deveria ser um país na agenda do Conselho de Segurança da ONU. 

 

Mas os interesses geopolíticos são o que são, e o caso é posto de lado. A experiência mostra que fechar os olhos perante este tipo de situações não resolve nada, antes pelo contrário.

 

Como fazer com que a China e a Rússia entendam isso? Haverá, agora, com a morte de Kim Jong-il, uma oportunidade?

 

A crise e o Lamborghini

Waterloo é uma pequena localidade ao Sul de Bruxelas, a cerca de 17 km do centro da capital, que ficou célebre por causa do encontro fatal que aí teve lugar entre Napoleão e Wellington, há cerca de 200 anos (1815).

 

Hoje é um dos lugares mais abastados da Bélgica. Muitos dos seus residentes são estrangeiros que trabalham nas instituições europeias, nas embaixadas ou em certas multinacionais. Escolheram esse município por ser um subúrbio francófono, o primeiro mais cerca de Bruxelas, de vivendas e escolas de qualidade, incluindo várias escolas internacionais. 

 

Estive em Waterloo esta manhã.

 

É curioso ver o tipo de lojas que se abrem na rua comercial mais importante. Uma delas, de uma grande marca de malas de senhora, tinha muito por onde escolher, para quem procure um saco entre 1200 e 4000 euros. Um pouco mais à frente, está a tenda dos Rolex, não dos feitos na China. Temos ainda vários comércios de pastelaria de luxo e outros pronto a comer da classe traiteur, e assim sucessivamente. Algumas delas, tinham um anúncio, a oferecer emprego. Pensei que se fosse mais jovem, ainda era capaz de arriscar uma ou duas entrevistas. É um luxo poder servir clientes de luxo, diria o outro.

 

Em nenhuma parte ouvi falar de crise.

 

Acabei por não comprar nada.

 

Mas lembrei-me que na semana passada tinha ido a uma vila semelhante, do lado flamengo, Zaventem, que é também onde está localizado o aeroporto internacional. Queria comprar uns simples tapetes feitos à máquina, tinha pensado num montante de quarenta euros por peça. Acabei por não encontrar o que procurava. Dei comigo, no entanto, a admirar o stand dos Lamborghini, que se encontra situado ao lado. Havia uma série deles à venda. Lindos. Os preços deveriam começar na casa dos 250 000 euros. Ainda pensei que, havendo crise, talvez pudesse comprar um, dando 40 euros de sinal, que esse era o meu orçamento do dia.

Gente com genica

Esta manhã, preparava-me eu para atravessar o boulevard Lambermont, em Bruxelas, quando sou abordado por duas mulheres. Uma na casa do virar dos trinta para os quarenta, a outra bem mais jovem , provavelmente filha da primeira, talvez não, mas com cerca de vinte deles. Num francês claro, mas obviamente estrangeiro, perguntam-me como chegar a um centro comercial aqui da zona. Tinham um papel com tudo bem indicado, uma anotação feita com o cuidado de quem não gosta de andar perdido.

 

Ao explicar-lhes como fazer, percebi que eram portuguesas. E que a mais nova havia chegado recentemente, uma presença mais na emigração lusa nesta terra. Gente do Porto, cheia de vida e prontas para o que der e vier. A jovem tinha uma entrevista no salão de cabeleireiro, no centro comercial. Um possibilidade de emprego. Que não teria tido em Portugal. Se for aceite, poderá contar com 1200 euros limpos por mês, mais as gratificações. 

É preciso sentido de Estado

O Partido Socialista dá a impressão de andar à deriva. Mas não anda. O que se passa é que a liderança de Seguro não é respeitada. Há muita gente a dizer coisas muito diferentes, e grandes disparates, sobre matérias muito importantes, numa altura em que é preciso haver clareza e sentido de unidade. 

Sou dos que pensam que Portugal teve sorte, no que respeita à nova direcção do PS. Seguro tem mostrado possuir sentido de estado. Tem sabido recusar um populismo rasteiro e desmiolado, que está na moda. O mesmo não se poderá dizer de muitos dos que se sentam na bancada do partido. 

Sociedade em decínio

Digo na revista Visão de hoje que:

 

"As sociedades em declínio, que vivem com os olhos postos nas glórias do passado, caem facilmente na tendência de se fecharem sobre si próprias. Para esses povos, a História acaba por pesar mais do que o futuro. As elites reaccionárias apropriam-se da tradição e dos preconceitos de outrora, e transformam-nos nas novas bandeiras do populismo. Assim surgem as agendas políticas nacionalistas. "

 

Em que país estaria a pensar, para além do Reino Unido, que é o pretexto do meu artigo? 

 

http://aeiou.visao.pt/cameron-errou=f638838 

 

Não se esqueçam de ler e comentar, por favor.

 

 

 

Outros andam a dormir na forma

Hoje teve lugar em Washington uma conferência internacional de apoio ao Sul Sudão. Este novo país, independente há menos de 6 meses, ocupa uma posição estratégica no centro de África. Possui recursos naturais muito importantes, incluindo petróleo. É um país em construção, sem infra-estruturas, sem administração pública, com enormes problemas de desenvolvimento, mas, ao mesmo tempo, com um potencial extraordinário. 

 

A Europa foi a grande ausente da conferência. O Reino Unido, que tem ambições na região, não tem deixado espaço para a UE. Esta é uma constatação importante.

 

Fora da UE, a Noruega e os EUA são os parceiros por excelência do Sul Sudão. Para além destes três doadores, a Turquia é o outro interveniente de peso. Esta é a segunda constatação importante. A Turquia pesa cada vez mais em certas regiões do globo. A liderança em Ankara tem como objectivo alargar ao máximo as áreas de influência da Turquia. Estão a consegui-lo.

 

 

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