Reciclagens
A minha impressora disse-me que estava com a almofada cheia e que era preciso ir ao centro de manutenção da marca, para resolver o assunto. A almofada serve para absorver a tinta perdida. Esta é, teoricamente, a sua função.
Lá fui à sede da marca, depois a uma loja de pecas genuínas, e teria ido mais longe se não tivesse entendido, embora tarde, que era impossível encontrar a peça, pois a máquina é velha de três ou quatro anos e o mundo da informática muda todos os seis meses. A história da almofada era apenas um pretexto para me lembrar que era altura de comprar outra impressora.
Assim aconteceu. Deixei a velhota na reciclagem, embora me interrogue sobre o que significa reciclar uma antiguidade informática.
Que pena não haver, na política portuguesa, um esquema semelhante, capaz de nos indicar que este ou aquele político já apanhou tinta a mais, ao fim de quatro anos, e que é preciso arranjar outro, de um modelo mais recente, sem fios, capaz de nos tirar umas cópias por uns tempos. Bastaria introduzir um chip na cabeça de cada novo politico, com um prazo de validade bem definido e estaria o assunto resolvido.
É que, de facto, não vejo outra maneira de renovar a classe política.