Voos rasantes e vistas largas
Hoje li, na imprensa portuguesa, umas opiniões sobre a actualidade que voavam baixinho. Dá dó ver gente conceituada perdida num emaranhado de ideias sem nexo, entretida a misturar, numa alquimia preguiçosa e envelhecida, desejos com realidades e debate de ideias com insultos e outras calinadas.
Também faz pena ver a comunicação social a servir de plataforma a vozes que já nada têm para acrescentar ou que não fazem mais do que confundir as pessoas.
Dito isto, perguntaram-me, da Suíça, que penso da ideia de uma reunião informal em Genebra sobre a Síria. Acho que sim , que deve ser organizada. Tão depressa quanto possível. E que os Russos estejam presentes. Pelo menos, os intelectuais próximos do poder e que estão ligados ao Moscow Institute of Near Eastern Studies. São gente que conhece bem a situação que se vive naquela parte do mundo e que tem influência no Kremlin. O mesmo Kremlin que fez ontem circular em Nova Iorque, no Conselho de Segurança, um projecto de resolução sobre a Síria que não trata do essencial: pôr um ponto final ao regime criminoso de Assad.