Polícias e confusões políticas
O governo acaba de demitir a direcção-nacional da PSP. É esta a reacção à petição da semana passada, dirão alguns. Se é, é a resposta errada. Os problemas quando existem, sobretudo numa força de segurança tão importante como a PSP, que trata da protecção dos cidadãos e da ordem pública, devem ser encarados de frente e resolvidos.
Li a petição com cuidado e devo dizer que se ela peca por alguma coisa, será por ser muito respeitosa. Quanto ao resto, é verdadeira. Os problemas existentes na PSP são imensos: confusão continuada, de há muito, na orientação política da instituição, extrema pobreza de meios, falta de perspectivas de carreira, promoções emperradas, graduações absurdas, postos por preencher, diferentes tabelas salariais para pessoal em funções idênticas, e muito mais.
Já a GNR tem conseguido ser tratada com mais atenção e mais respeito. Tem actualmente, por exemplo, 262 Tenentes-coronéis, enquanto a PSP tem, na categoria equivalente, 37 Intendentes. Quando as duas forças têm, no seu total, um número de elementos comparável, esta desproporção, que é um mero exemplo, faz levantar muitas questões.