Caminhadas pausadas
Tentei, por volta das 17:00 horas, disparar umas fotografias, para ficar com umas imagens da zona mais antiga e do porto de Stavanger. Mas, nessa altura, a luminosidade já está fraca e as fotos terão que ficar para uma visita que não seja no pino do Inverno.
Stavanger é, na Noruega, a capital do petróleo. O que fora até há vinte ou trinta anos uma localidade minúscula, perdida num fiorde, apenas importante por causa do porto de águas profundas, é hoje um centro de grande actividade económica. Os arredores cresceram e encheram-se de carros e de engarrafamentos. A cidade, para além do porto, tem os hotéis e os restaurantes que servem os trabalhadores itinerantes, o vai e vem do petróleo. E algum pessoal militar, ligado às actividades da base da Aliança Atlântica.
As águas do fiorde oferecem abrigo a uma série de cisnes, patos e outras aves aquáticas, que migraram, com a chegada do gelo, do lago do centro da cidade para o mar. São cerca de duzentos metros de distância, ou seja, é uma migração que não dá para grandes voos.
De resto, há uma certa tranquilidade por toda a parte, que as receitas do petróleo foram postas num fundo público de longo prazo, a pensar nas gerações futuras. Aqui ninguém vive à custa do futuro. Os de hoje constroem o presente e o futuro.
Como seria bom dizer o mesmo noutras partes da Europa. Sobretudo hoje, com a publicação dos novos dados sobre o desemprego, estatísticas que mostram que 21,3% dos jovens da UE não têm emprego. Na Grécia (47,2%) ou em Espanha (48,7%), na Itália (31,0%), em Portugal (30,8%) e na Irlanda (29,0%), os dados são assustadores. Mas não só. Em França (23,8%), na Bélgica (20,7%), na Finlândia (19,9%), um pouco por muitos sítios, o futuro dos jovens está mal encaminhado. Essa questão deverá ser, na minha opinião, a prioridade das políticas governamentais. Tal como na Noruega, é preciso pensar no futuro transformando o presente.