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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

O capitalismo e a paz: haverá uma plataforma comum?

Em Lausana, amanhã e depois, uma dezena de executivos seniores, que tiveram uma vida profissional coroada de sucesso, vai reflectir sobre o papel dos grandes investidores privados nos processos de paz, em situações de pós-conflito. Fazem-no a título voluntário, a pedido de quem se preocupa com as questões da paz e da segurança internacionais, com a resolução de conflitos civis violentos.

 

Interrogam-se, no entanto, sobre se vale a pena participar.

 

Ao preparar a reunião, notou-se claramente que a cultura do sector privado de alto gabarito e a dos quadros das organizações internacionais não coincidem. São duas maneiras distintas de pensar o mundo. Existem muitas desconfianças e mal-entendidos. A questão necessária é, no entanto, como abrir pontes entre ambos os lados. 

 

Não podemos continuar a sublinhar o que nos distingue quando o que há para fazer é enorme, complexo e exige o esforço de todos. 

 

Sobre as elites

Dizia ontem a um general português que as forças armadas e a igreja são as únicas instituições em Portugal que têm conhecido alguma renovação das elites. Muitos jovens pobres mas inteligentes conseguiram ir longe, por essas vias. Foram as únicas que permitiram estudar sem ser os pais a comportar com o custo da educação.

 

Mas são vias de promoção de rapazes, apenas. E as elites que criam têm profundas raízes rurais, na maioria dos casos, mentalidades de aldeia. Noutros casos, menos, os quadros de referência dessas pessoas são os ligados à pobreza suburbana, a uma atitude de subserviência perante o poder económico, inspiradas na filosofia de vida "do que é preciso é a gente ir-se safando". São, na verdade, elites viradas para o passado e para a obediência, mais do que para o futuro e a imaginação. 

 

As elites políticas, essas, renovam-se com muito mais dificuldade. Tem havido pouca mobilidade. As elites provenientes da pequeníssima aristocracia rural, habituada a rendas e às ideias conservadoras, continuam no poder. Nalguns casos, através de rebentos mais jovens, mas que são tão paroquiais na sua maneira de entender o mundo como o eram os seus pais.  

 

A universidade já não produz elites. Cria massas de gente mal preparada. E alguns compadrios, aqui e acolá. 

Para onde vai o nosso dinheiro

Numa discussão sobre o futuro do Afeganistão, ficou claro que as duas principais preocupações da população desse país são, primeiro, como seria de esperar, a segurança, e depois, surpresa, o combate à corrupção. Os dirigentes do Afeganistão têm a reputação - e o proveito - de ser profundamente corruptos.

 

Com a União Europeia a dar uma ajuda anual de mil milhões de euros ao governo de Karzai, penso que esta preocupação também deveria ser partilhada pelos europeus. 

Quem entende este filme?

Ainda sobre o texto de ontem e a insegurança, os jornais de hoje informam-nos que a PSP deteve dois indivíduos estrangeiros, no domingo, que parecem ser os autores materiais de uma série de assaltos a residências. O material na sua posse revela técnicas altamente sofisticadas e, igualmente, o produto de muitos dos seus roubos. 

 

Um dos indivíduos foi preso quando tentava fugir de Portugal.

 

Na segunda-feira, os presos foram apresentados a um juiz. O meritíssimo ouviu-os e mandou-os em liberdade, ficando apenas sujeitos a apresentações diárias às autoridades. Sim, assim mesmo!

 

A reflexão que isto provoca é muito simples: a polícia faz o seu trabalho, mas a justiça dá a impressão de viver num outro mundo. Ou somos nós que não estamos a entender o desenrolar da fita? 

Ó da guarda!

A insegurança pode bater à porta de cada um de nós, em qualquer momento. É verdade que há mais assaltos, o risco é muito maior. Ainda na semana passada havia tido uma discussão com a polícia de Cascais, sobre a nova onda de assaltos aos apartamentos. Gente de alto calibre criminoso, experimentada e capaz de agir com técnicas novas, que permitem abrir portas que pareciam invioláveis. Aproveitam as ausências durante o dia. Tudo muito bem estudado, para colher dinheiro e jóias, se as houver, nada mais, nas residências temporariamente sem ninguém.

 

A insegurança é um problema para as pessoas e para os regimes, também. Uma sociedade que deixe a impressão que não consegue proteger os seus cidadãos, é uma sociedade em crise.  Abre as portas à extrema direita, aos radicalismos populistas. 

 

 

 

 

 

Dinâmicas eleitorais

A primeira volta das eleições presidenciais francesas mostrou que o eleitorado de esquerda mais o da extrema-esquerda pesa cerca de 43% do total dos votantes. Estas pessoas votarão por Hollande a 6 de Maio, salvo raras excepções. A este número será possível acrescentar uma parte dos eleitores do centro-direita e da Frente Nacional (FN), a extrema-direita, e ganhar a segunda volta. Como a percentagem de eleitores do centro-direita, que apoiou Bayrou, não é muito significativa, e nem todos irão apoiar o candidato socialista, chega-se à conclusão que quanto maior for a margem de ganho acima dos 50% maior terá sido o número de simpatizantes da FN que terá decidido agora votar por Hollande. Não por causa do seu programa, mas para eliminar Sarkozy. 

 

 

Portugal e a Síria

Após a aprovação, ontem, no Conselho de Segurança da ONU, de uma resolução que estabelece uma missão de observação na Síria, penso que Portugal deveria disponibilizar um grupo de 5 a 7 oficiais do Exército, que viesse a integrar o conjunto dos observadores internacionais. Os oficiais devem ter a patente de major ou tenente-coronel, de preferência.

 

Esta seria uma boa oportunidade para Portugal ganhar peso político e um bom conhecimento de uma região que é importante para os interesses europeus. Assim se aposta no futuro. Assim se constrói uma rede de saber. E quase sem custos, pois as despesas com os observadores correm por conta das Nações Unidas. 

Correrias

A viagem hoje foi outra: correr de um lado para o outro da cozinha, a mando da Saskia, que, com dois anos, ri muito e manda mais. Tem muito jeito para misturar alegria com autoridade.

 

Para quem tem andado a correr de um lado para o outro, foi um dia que permitiu voltar a assentar os pés na terra e recordar o valor das coisas simples. 

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