Fome para mais
O departamento África do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) acaba de publicar o relatório de 2012 sobre o desenvolvimento humano no continente africano. O tema do relatório é a segurança alimentar.
Vale a pena consultar este documento, embora reconhecendo que a perspectiva do PNUD teria ganho maior profundidade técnica se a FAO tivesse sido associada à elaborarão do relatório. E se as questões da utilização da energia e das tecnologias apropriadas tivessem sido tratadas com a atenção que merecem.
No lançamento do relatório esta tarde, em Bruxelas, na sede da Associação dos Países África-Caraíbas-Pacífico junto da UE, foi curioso ouvir certos embaixadores africanos falar de segurança alimentar, quando se sabe que a agricultura é dos sectores económicos que menos atenção recebe, um pouco por toda a parte, em África. Por exemplo, apesar de uma decisão tomada há alguns anos no quadro da União Africana, em que o compromisso de gastar cerca de 10% dos orçamentos públicos com a agricultura e ramos afins fora assumido, apenas 9 países despendem mais de 5%, por ano, dos gastos do estado no sector.
As políticas agrícolas em África ou são pura e simplesmente inexistentes ou, quando existem, têm sido verdadeiros desastres.