Teorias
A boa governação assenta sobre quatro pilares de base: a legitimidade democrática, o respeito pelo Estado de direito, uma estratégia política clara e bem enunciada, e um forte sentido das realidades, o chamado pragmatismo.
O poder político deve, de modo regular, interrogar-se sobre a maneira com está a responder a cada um destes pilares. E efectuar, quando for caso disso, as correcções necessárias. O exercício do poder é um processo dinâmico. Por isso, os ajustamentos são compreensíveis e necessários. Permitem, além disso, renovar os sistemas de alianças e estabelecer novas redes de apoio. A recusa em corrigir e acertar o que possa estar errado leva, com o tempo, à contaminação de toda a equipa governamental e ao descrédito dos que estão no governo bem como dos que, mais ou menos cegamente, lhes dão cobertura parlamentar.
A fonte da legitimidade democrática reside na organização de eleições de qualidade aceitável. Depois, alimenta-se com a prática de um diálogo político e social sério e bem-intencionado. No parlamento e fora dele.
O Estado de direito define-se pelo acatamento do quadro constitucional e pelo cumprimento das obrigações e compromissos internacionais.
A estratégia política deve ser explicada de modo claro aos cidadãos. A maneira de fazer comunicação social é, no mundo de hoje, vital.
O pragmatismo exige muita experiência e muita reflexão. Lançar iniciativas a torto e a direito, sem medir as consequências nem avaliar se são exequíveis, é erro frequente de quem é noviço nestas coisas da governação.