Líderes fracos fazem fraca a forte gente
O encontro anual de Davos, na Suíça, começou hoje. A reuniao deste ano atraiu cerca de 1500 líderes do sector privado mundial e mais ou menos 50 chefes de Estado e de Governo. Como se tornou hábito, estar em Davos, no Forum Económico, é sinónimo de poder. É a grande feira do networking.
Desta vez, a mensagem no dia de abertura foi bem clara: as populações, nos vários cantos do mundo, perderam a confiança nos líderes da política e dos negócios. Um inquérito realizado em 26 países mostra que apenas 15% dos entrevistados acreditam na liderança política actual e 26% nos grandes homens de negócios. Pior ainda, quando se fala das regras de conduta moral: apenas 19% consideram que os líderes das grandes empresas seguem princípios éticos. Quando se trata de políticos, só 14% acreditam que as decisões políticas respeitam as normas éticas. De um modo geral, os inquiridos pensam que os líderes, quer da política quer da economia, não estão a conseguir resolver os desafios de agora.
Ou seja, estamos perante sérios problemas de liderança. Dizer que é preciso reconquistar a confiança é muito vago e não resolve nada. Com gente sem estofo à cabeça das instituições, como se consegue restaurar a confiança? A verdadeira questão é a que procura saber quais são as razões para uma crise tão aguda ao nível das lideranças. Dito de outra maneira, por que motivo apenas os fracos e oportunistas chegam a posições de liderança? Essa é a questão.