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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Por esse mundo

Desloquei-me, esta manhã, a Ottignies, uma pequena localidade mais ou menos rural situada a trinta quilómetros a sul de Bruxelas. Trata-se de uma vila que se modernizou bastante, nos últimos anos, em virtude da instalação na zona da Universidade Católica de Lovaina, que também é conhecida como Lovaina-a-Nova, por se tratar de uma construção de raiz.

 

Lovaina-a-Nova foi estabelecida na zona, quando a secção de língua francesa da velha Lovaina teve que se separar da histórica universidade, por motivos políticos. Ou seja, porque deixou de ser possível ensinar em francês em terras da Flandres.

 

Chegada a hora do almoço, a decisão foi a de comer em Ottignies. Pelo sim pelo não, a escolha recaiu num restaurante de cozinha típica belga. Não conhecendo a terra, essa era a melhor opção, nesta parte do país, onde as gentes gostam de se tratar bem. O local tinha um excelente aspecto e os preços eram relativamente acessíveis.

 

E de facto, fomos muito bem tratados pela patroa, que fazia de chefe do pessoal de sala, enquanto o marido tomava conta da cozinha. A senhora percebia da poda e sabia como tratar os clientes. Já no final, ofereceu à minha mesa uma aguardente, para empurrar o café e o resto. A mesa achou a bebida deliciosa, pois tinha um sabor a aguardente mas suave. E perguntou à patroa que bebida era. Explicou-nos, na sua maneira correcta de falar francês, que era uma aguardente de amêndoas, um produto português.

 

A partir daí viemos a saber que esta senhora, bem do local e dona de um estabelecimento de sucesso, era afinal uma alentejana do Baixo Alentejo. 

Salários: para uma política acertada

A experiência empírica mostra várias coisas, no que respeita a uma política de salários:

 

- Que a prática generalizada de salários baixos não aumenta a competitividade da economia; o que de facto contribui para uma melhor competitividade é o grau de motivação dos trabalhadores, o seu empenho cívico, o nível de educação geral e profissional, a tecnologia, a modernidade e as técnicas dos meios de produção, a qualidade da organização das empresas, bem como a simplicidade burocrática da administração pública, os custos energéticos, etc.

 

- Que o custo do trabalho representa, numa economia moderna, cerca de apenas um terço do custo total do bem ou serviço produzido.

 

- Que elevar a média dos salários tem um impacto positivo em termos da economia nacional, da aplicação ao trabalho e da paz social.

 

- Que o salário continua a ser o melhor instrumento de redistribuição de riqueza. 

Para o debate sobre a Segurança Nacional

No seminário da P.S.P. da semana passada propus a seguinte definição de Segurança Nacional:

 

Capacidade sistémica de protecção dos cidadãos, incluindo os seus direitos e liberdades, bem como da integridade do território, dos interesses vitais da nação, das instituições democráticas e da posição estratégica do país na comunidade das nações.  


Acrescentei que a definição que proponho:

 

•  Deve ser encarada com um sistema de capacidades, implicando vários instrumentos de poder: militares e civis, incluindo a diplomacia.

 

•   Diz essencialmente respeito aos residentes no território nacional.

 

•   Admite um certo grau de responsabilidade – partilhada – quanto aos cidadãos nacionais que vivem no estrangeiro.

 

•   Necessita de um acordo amplo sobre como entender os nossos interesses vitais.

 

•   É uma obrigação constitutiva do Estado, uma prioridade suprema.

 

•   É um conceito “vivo”, que evolui com o tempo e que por isso precisa de ser revisto periodicamente.

O novo chefe do Eurogrupo começa muito mal

Já tenho profundas saudades de Jean-Claude Juncker, o primeiro-ministro do Luxemburgo que até recentemente dirigia o Eurogrupo, a plataforma dos ministros europeus das finanças. Poder-se-ia, por vezes, discordar das suas posições. Mas era um político de bom senso, europeísta sincero e independente. Tinha, igualmente, muita experiência.

 

Agora com o holandês Jeroen Dijsselbloem à frente do Eurogrupo, as coisas parecem mal, muito mal encaminhadas. O caso de Chipre é apenas um alerta. O homem, que é ministro das finanças no seu país, parece sofrer de falta de experiência europeia, ter uma visão moralista da correcção dos défices públicos e acreditar nas virtudes dos povos do Norte. É, além disso, um incondicional das posições de Berlim. 

 

Polícias e Militares, o seu a seu dono

O meu texto publicado na revista Visão que está esta semana à venda nas bancas encontra-se igualmente disponível no sítio oficial do magazine, no seguinte endereço:

 

http://visao.sapo.pt/policias-e-militares=f718539

 

Deixo aqui uma citação extraída desse artigo: 

 

A verdade é que os estados europeus precisam de repensar a sua segurança interna. Tem-se dedicado muita atenção às questões de defesa. Os militares têm sabido, em vários países, monopolizar o debate. Os centros de investigação e os grupos de pensadores têm acompanhado essa tendência. Mas a segurança nacional não se limita à defesa, nem pode esquecer as dimensões humanas que fazem agora parte da sua definição. É altura de reequilibrar o debate e centrar uma boa parte da reflexão sobre as ameaças ao quotidiano de cada um de nós, salvaguardando-nos das agressões e do medo. Como também é fundamental proteger os bens colectivos e as instituições democráticas. Quanto à colaboração entre os militares e os polícias, essa deve ter lugar ao nível estratégico, no seio de um Conselho Nacional de Segurança, sob a chefia pessoal do primeiro-ministro. 

Out of the box

Os últimos dias foram de viagens e de contactos. Estou agora de volta à base. E à escrita regular. Embora não tenha ilusões sobre o impacto da minha escrita, creio que é importante continuar a reflectir com quem me lê, numa perspectiva não-alinhada e numa tentativa de procurar novas pistas.

 

Notei uma vez mais, nos dias recentes, que existe uma procura genuína de ideias novas – em Portugal andam todos a repetir o mesmo, a repetirem-se uns aos outros – e, igualmente, um desejo de ouvir quem fala de modo independente, quem não tem interesses particulares para defender, nem se limita a repetir as declarações institucionais que são, na melhor das hipóteses, meias verdades.

 

E quem não tem medo de dizer coisas que possam parecer inconvenientes.

 

Por outro lado, não podemos cair na tentação do bombástico, da agressão sem fundamento, das afirmações lançadas ao ar. Que é o que acontece, na maior parte das vezes. Basta ouvir os cronistas que andam pelas televisões, para se entender a pobreza do argumento que prevalece na terra dos pirómanos auto-suficientes. 

O debate honesto faz bem ao país

O seminário da PSP sobre os desafios da segurança veio recentrar o debate sobre o que de facto é importante: quais são as ameaças à segurança nacional e qual deve ser a resposta dos diferentes pilares do edifício securitário. Ou seja, que papel para os militares, para as polícias, para as informações e para a protecção civil. No que respeita às polícias, ficou claro que as polícias devem ter um carácter civil e ser reorganizadas. A racionalização das polícias tem, além disso, a vantagem de permitir poupanças enormes, em termos de finanças públicas e de permitir uma maior eficácia. Mas tem que fazer frente a dois grandes obstáculos: os interesses de alguns, que não querem que a atomização actual desapareça; e a falta de coragem política.

 

 

 

 

Contra as capelinhas

Fiz uma  intervenção no seminário da PSP sobre os Desafios da Segurança em Portugal. Procurei explicar o meu ponto de vista, tendo em conta a experiência de outros países  europeus e as novas tendências em matéria de Segurança Nacional. A minha responsabilidade era a de apresentar um conjunto de ideias que não fossem uma mera repetição do pensamento dominante em Portugal sobre as relações entre Defesa e Segurança bem como sobre o futuro das polícias nacionais. 

 

Como não represento nenhum interesse institucional nesta área, a minha tarefa era mais fácil. Mas há sempre quem pense que se digo isto ou aquilo é porque sou a favor de A contra B. Não será assim, no meu caso. No entanto, como essa é a prática corrente, os meus críticos pensam que eu sou como eles.

 

Ora, o que é preciso é proceder a uma análise serena das questões e escolher o que possa parecer a melhor opção em termos de custo -  eficiência e de respeito pela legalidade constitucional. Quanto à execução dessa opção a melhor maneira é proceder a uma transição gradual da situação actual para uma nova situação, seguindo um calendário temporal razoável.

 

O que não se pode aceitar é a posição de que o que temos está bem e não deve ser mudado. Seria não reconhecer que as ameaças de hoje são muito diferentes das que existiam quando o sistema actual foi criado. Seria, igualmente, esquecer que o principal traço da arquitectura interna de segurança no Portugal de hoje se define por uma pluralidade de forças e serviços que ficam caros sem ganhar em eficiência. Ou seja, é uma arquitectura de capelinhas.

   

Tempestades

 

Copyright V. Ângelo


O meu jardim, esta manhã, em Bruxelas. 

 

Como cidadão cumpridor, limpei a neve no passeio em frente à minha casa. Ocupado que estava, não vi chegar o meu vizinho, que me olhava com admiração, face ao meu exemplo cívico. Depois, dirigiu-se a mim e disse-me, com amizade e amabilidade, que este tempo horrível me daria certamente saudades de Portugal.

 

Não tive coragem de lhe dizer que os tempos que correm no meu país são de tempestade. 


Terminais, de facto

Ninguém entende a decisão do governo de transformar a Trafaria, na margem sul do Tejo, quase em frente da Torre de Belém, no novo terminal de contentores, em substituição de Lisboa.

 

Que haja uma saída progressiva dos contentores das zonas de Lisboa em que hoje se encontram – Alcântara e Santa Apolónia – compreende-se. Que essas áreas se transformem em cais para cruzeiros e actividades conexas, tudo bem.

 

Mas, transformar a zona de colinas, pobre em infra-estruturas, de acesso difícil, que é a Trafaria num terminal que exige estradas amplas, acessos fáceis, plataformas logísticas, é ideia que só lembraria a quem não tem os pés assentes na terra. Sem contar que encher de cimento e pavilhões industriais uma zona muito visível do lado de Lisboa e que deveria, isso sim, ser reabilitada como uma área natural ou como uma zona residencial de nível, é uma visão pouco sofisticada do que deveria ser a renovação da paisagem urbana e natural da Grande Lisboa.

 

Por outro lado, por que não se investe mais em Leixões, que tão bem serve a Galiza, além do Norte de Portugal, em Setúbal, que pode servir a região de Lisboa, e em Sines, que poderá ser a porta de entrada e de saída para parte da Espanha e da Europa Ocidental?

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