Ambição
Numa conversa em Riga, à hora do almoço, falava-se de ambição e de como certos povos – como esta gente aqui do Báltico – têm o hábito de tudo fazerem para estar entre os melhores.
À mesa estava um velho inglês, que bem conhece Portugal e os Portugueses, que me disse achar o nosso povo pouco ambicioso. Ou seja, na sua opinião, contentamo-nos com o bom, quando poderíamos, nalguns áreas, estar entre os primeiros. Chega-nos um bom restaurante, não procuramos ter o melhor da Europa. É-nos suficiente ter um emprego estável, não queremos correr o risco de tentar um trabalho de ponta. Queremos exportar mais para os nossos mercados tradicionais – e exportar os produtos do costume – sem tentarmos a aventura de novos mercados, a exportação para países fora da nossa zona de conforto.
Não sei se terá razão, nos exemplos que deu. Mas a verdade é que em política não há, de facto, ambição em Portugal. Desde que não nos chateiem nem aumentem os impostos, ficamos satisfeitos com os medíocres que estão nas chefias dos principais partidos.