Eleições limpas
Creio que a última vez que votei, em Portugal, foi em 1976. Depois, começou uma longa peregrinação por terras estrangeiras. E nunca aconteceu ter estado no país num dia eleitoral. Quando havia embaixada, inscrevia-me e acabava por votar lá. Noutros casos, nem isso foi possível.
Hoje, estava em Lisboa. Regressara ontem ao fim do dia, depois de umas semanas na Letónia. De manhã, não deu para ir às urnas. À tarde, o tempo complicou-se e choveu a sério. Mas não podia deixar de ir. Chamo a isso o peso do dever. Nestas coisas, há sempre que ter presente que, em muitas partes do mundo, há quem não possa votar ou quem veja o seu voto ser roubado, pelas trafulhas eleitorais que estão no poder. Assim se dá mais valor a eleições limpas, como as nossas.