O peso das palavras
As eleições perdem-se por várias razões, incluindo por causa de frases ou expressões infelizes, que mostrem pouco consideração pelas pessoas. Muita gente votou ontem contra o partido do primeiro-ministro como reacção a coisas que Passos Coelho disse e que ficaram na cabeça das pessoas, como uma ofensa ou um desafio. Uma delas foi a célebre “que se lixem as eleições!”. Sei de cidadãos que votaram contra, vendo no seu voto um desafio a essa frase que nunca deveria ter sido dita.
Claro que essa não será a explicação do desaire eleitoral do PSD. Mas adicionou votos ao total dos votos contra.
Em diplomacia passa-se o mesmo. Uma expressão dita com arrogância pode arruinar muitos esforços de entendimento. As palavras contam e as feridas e os reptos não se esquecem facilmente.
Por outro lado, quem sabe medir as palavras tem mais hipóteses.