Somos mais ou menos assim
Portugal é um país de exaltados. Por isso, a ideia que se tem da luta política é que deve ser a expressão colectiva das cóleras individuais. Se um político, sobretudo um dirigente partidário, não exprime opiniões excessivas passa a ser considerado como um nulo, um zero à esquerda ou à direita.
Como a tudo isto se junta um conjunto de televisões desesperado, que precisa de competir cegamente, de modo a ter uma proporção de audiências que lhes permita sobreviver, numa altura em que a publicidade está a ser paga ao preço da chuva, dando por isso pouco rendimento, o que tem saída e é procurado é a opinião extrema. De novo, quer à direita quer à esquerda.
Assim se constrói uma sociedade de intolerantes.
A intolerância é a fonte donde brota o descalabro nacional.