Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Hollande joga uma carta forte

A França tem esta noite um novo primeiro-ministro: Manuel Valls. De origem espanhola, naturalizado francês, não frequentou nenhuma das grandes escolas, como por exemplo a École Nationale d´Administration (ENA), o que é um facto raríssimo nas altas esferas da política e da administração pública gaulesas. É, pura e simplesmente, um bom político, determinado, capaz de dizer umas verdades desagradáveis, excelente conhecedor das pastas com que tem que lidar. Muito aplicado, sabe que em política é preciso projectar uma imagem de seriedade e de preocupação, de atenção aos problemas do cidadão comum.  

 

A esquerda do Partido Socialista não terá certamente ficado contente. Considera Valls um social-liberal, um Blair à francesa. Ao proceder a esta escolha, Hollande percebeu, no entanto, que é fundamental conquistar o eleitorado do centro e o eleitor de base, que se sente deixado de lado e inseguro, e, por isso, tentado pelo voto ultranacionalista que Marine Le Pen representa.

 

O tempo dirá. Mas, à partida, parece ter sido a decisão mais acertada.

O nosso homem está de volta

Durão Barroso deu uma entrevista de primeira página ao Expresso. E o semanário selecionou, de entre tudo o que foi dito, uma frase mortífera: “Já disse várias vezes ao primeiro-ministro que há limites”. Uma verdadeira rajada de metralhadora, que mostra várias coisas: que Barroso trata o PM de um modo paternalista, de alto para baixo, de chefe para subordinado; que o PM não o ouve, donde se pode deduzir que é um casmurro, sem capacidade de entender uma verdade tão simples; que vários limites foram ultrapassados, sem que houvesse sensibilidade política nem qualquer tipo de consideração pelo bom senso que deve caracterizar um PM. Revela ainda que Barroso, que continua a ser Presidente da Comissão Europeia, se permite interferir nos assuntos da governação interna de Portugal, como se fizesse parte da vida partidária nacional, o que não é o caso, por muito patriota e bom português que seja. Mais ainda, demonstra que Barroso, que diz não querer ser candidato à sucessão de Cavaco Silva, já está a preparar o terreno para o ser e poder bater na tecla que ele até era mais sensato e moderado que o PM de agora.

 

E o Expresso, solícito, está já a oferecer-se para ser um dos seus veículos de reabilitação perante a opinião pública de Portugal e um dos seus canais de propaganda. A escolha de quem está por detrás do Expresso é clara.

Não existem condições para um compromisso nacional alargado

É muito fácil, numa altura de crise, assentar arraial numa posição que critique tudo e todos. Temos uma grande tendência para esse tipo de comportamento. Ora, para que o país se desenvolva, é preciso sair desse estado de espírito. Tem que se aprender a falar do futuro, da nossa responsabilidade na sua construção, da nossa contribuição e do nosso optimismo.

 

Custa-me muito ver os meus amigos sempre prontos para dizer mal. Em certa medida, esse tipo de atitude cria entre nós uma espécie de fosso quase intransponível. Não deveria ser assim. Precisamos, isso sim, de pontes que nos aproximem.

 

Barroso, na entrevista ao Expresso que sairá amanhã, reforça ideia que precisamos de pontes e espaços amplos de concordância política. Fala na necessidade de um bloco central, capaz de permitir a estabilidade da governação, de dar força às reformas que ainda estão por fazer, um bloco que congregue o PS, o PSD e mesmo o CDS/PP. Defende, como é claro e seria de esperar uma aliança do tipo centro-direita.

 

Não me parece, nas circunstâncias actuais e nos tempos mais próximos, que tal venha a ser possível. Como também não me parece viável uma coligação do PS e da sua esquerda. Em qualquer dos casos, seria preciso que houvesse um líder político com credibilidade suficiente para ser aceite por vários partidos e correntes de opinião. Alguém que conseguisse planar a um nível suprapartidário.

Nas lideranças políticas de hoje não existe uma figura com carisma suficiente para isso.

Erdogan e os salvadores da pátria

O meu texto na Visão em papel de hoje é sobre a Turquia de Erdogan.

 

O link é o seguinte:

 

http://tinyurl.com/oq6fcva

 

e também

 

https://docs.google.com/file/d/0B7Mx3TqxEDLpSE5XRlFXM0JkY1U/edit

 

Transcrevo também a versão em Word:

 

Erdogan: uma metamorfose previsível

Victor Ângelo

 

 

Na cena política turca, Recep Tayyip Erdogan aparece como um gigante. Primeiro-ministro há mais de dez anos, reeleito pela terceira vez em 2011, com cerca de 50% dos votos, Erdogan herdou uma situação caótica mas soube dar-lhe a volta. A economia e o nível de vida cresceram, as finanças públicas estabilizaram, o que em 2003 parecia impossível, as infraestruturas e os serviços sociais foram modernizados e expandidos. No campo externo, fez surgir uma potência com ambições regionais. Basta passar pelo aeroporto de Istanbul para se perceber como o país se está a transformar numa placa giratória entre a Europa e os Orientes. Muitos observadores começaram a dar a Turquia como um exemplo de um país emergente com sucesso. Isto apesar de algumas reservas, ditas em voz baixa, sobre a inspiração religiosa retrógrada do primeiro-ministro.

 

No caso mais concreto dos círculos dirigentes da UE, a Turquia de Erdogan tem sido vista como um caso complexo, uma espécie de bom vinho passível de provocar uma ressaca penosa. A Europa mantém com a Turquia uma relação sol e sombra. O crescimento económico, que abriu novas oportunidades de negócios para as empresas europeias e baixou a pressão migratória, com uma redução evidente do fluxo de famílias turcas à procura de vida na Europa, é apreciado. Como também se dá valor ao papel que Ankara tem desempenhado em termos da segurança da região, na contenção do Irão, no apoio à oposição síria e no combate ao terrorismo. Ao fim e ao cabo, a Turquia é um pilar fundamental da NATO, o único de base islâmica e inserido numa encruzilhada geopolítica de importância estratégica indiscutível.

 

Do outro lado, a questão sem fim da adesão à UE é uma dor de cabeça recorrente, um problema que a França, a Alemanha e outros gostariam de varrer de vez para debaixo do tapete europeu. A resposta é claramente que não, adesão nem pensar, mas falta a coragem política para fechar um assunto que se arrasta desde 1987. E a essa locomotiva vacilante acrescentam-se outros vagões, que tornam a marcha ainda mais improvável: a teimosia turca face à partição de Chipre, a competição militar desenfreada com a Grécia, e, na frente interna, a corrupção, bem como as violações de direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e da independência do sistema judicial.

 

Na verdade, a governação de Edorgan, por muito que se possa dizer de positivo, entrou numa deriva autoritária, sobretudo a partir de 2009. Começou pela humilhação das forças armadas, feita com base em acusações e em julgamentos que não teriam sustentação num qualquer outro país da NATO. Continuou com a comunicação social. O poder soube utilizar a arma fiscal, multas e penas de prisão incluídas, para reduzir os grupos empresariais que controlam os principais medias à aquiescência política. A Turquia tem mais jornalistas por detrás das grades que muitas ditaduras reconhecidas. Recentemente, foi a vez de introduzir legislação que põe os juízes e os procuradores debaixo do arbítrio do governo. Procedeu-se, também, ao saneamento político das polícias. Agora, ao proibir o acesso ao Twitter – um meio que os jornalistas e outros activistas têm utilizado para ultrapassar a autocensura imposta à comunicação social – é a sociedade civil que está na linha de mira. Ou seja, o único pilar da democracia que ainda faz contrapeso a Erdogan.

 

Em política, é muitas vezes assim. Os que se tomam por gigantes crêem-se indispensáveis, salvadores da pátria. Procuram, por isso, eternizar-se e acabam por se metamorfosear em monstros políticos. Com o tempo, é certo que sairão de cena, mas aos empurrões, quando poderiam ter saído pelo seu pé e com glória.  

Temos hoje um país muito diferente

Enquanto preparava umas perguntas relacionadas com a celebração dos quarenta anos do 25 de Abril lembrei-me que quarenta anos são quase duas gerações. Ou seja, muitos dos portugueses mais jovens, diria todos os que têm hoje menos de cinquenta anos de idade, não sabem por experiência própria o que era o Portugal do tempo da ditadura. Conhecem apenas o que lhes foi contado, de maneira mais ou menos completa, mais ou menos correcta. São cidadãos de uma outra realidade. Para eles, as narrativas sobre o Portugal anterior ao 25 de Abril pouco mais oferecem do que uma certa curiosidade sobre o passado dos seus pais, familiares e amigos mais velhos.

 

Portugal mudou muito, como também mudou o quadro externo em que o país se insere. As verdades de outrora deixaram, nalguns casos, de ter qualquer correspondência com as circunstâncias de hoje. O Portugal fechado de outrora foi substituído por um país aberto ao mundo e mais ambicioso. Ainda bem.

Respeito

Perguntei a um responsável editorial de um diário lisboeta de referência por que razão continua o seu jornal a dar espaço a umas antiguidades políticas que aí escrevem com regularidade. A resposta foi clara: é uma questão de respeito pelo que essas personalidades foram. Escreverão coisas sem grande nexo nos dias de hoje, muitas vezes meras banalidades sem fundamento, mas os responsáveis pelo jornal querem mostrar que se reconhece os feitos passados dessas pessoas.

 

Fiquei esclarecido. Quando se quer, ainda há respeito em Portugal.

A tecla da economia

O leitor não saberá quem é Bill Gross, que na próxima semana festejará os seus 70 anos de idade. Bill é o director-geral de PIMCO, um dos maiores fundos de investimento financeiro do mundo. Americano, e muito conhecido nos meios bolsistas, soube-se agora que recebe um salário anual de 200 milhões de dólares dos EUA. É um montante que ultrapassa todos os comentários que possam ser feitos sobre o assunto.

 

Acrescento que não faz parte das minhas relações. Lembrei-me dele quando ouvi Jerónimo de Sousa dizer que é uma vergonha, um exagero inaceitável, que a remuneração mensal do dirigente do novo banco do Estado, o chamado de fomento, esteja fixada em 13 500 euros brutos. Jerónimo terá certamente razão para falar assim, dirão muitos e bons.

 

Mas lembro que este blog, desde o princípio, criticou a criação de um novo banco de Estado. Portugal não precisa de mais bancos de burocratas. Precisa, isso sim, de ver as instituições financeiras existentes mais activas em termos de financiamento da economia privada. Precisa, também, de uma economia privada que seja ágil, capaz de responder às exigências dos consumidores e de competir com outras economias. É assim que se gera riqueza, empregos e impostos. É nessa tecla que temos que bater.

 

 

Manila Day em Hong Kong

 

 

 

 

 

Copyright V. Angelo

 

 

Domingo em Hong Kong. Poderia ser do outro lado do rio,em Macau. As milhares de empregadas domésticas, Filipinas, têm o dia livre. Mas como não têm habitação digna desse nome - vivem aos montes em pequenos quartos - a única solução é passar o dia acampadas nas ruas e nos parques, nos centros comerciais e nos corredores dos transportes públicos.

 

Estas imagens são do início do dia. Mais tarde, está tudo tão cheio que não dá para circular a pé.

 

Aqui e em Macau, e noutros sítios da Ásia, as Filipinas são empregadas domésticas, sem direito de residência permanente. Isso que dizer duas coisas, entre outras. Se perdem o emprego, têm que sair e voltar às Filipinas. Por outro lado, significa que não têm direito a segurança social. Se ficarem doentes ou tiverem um acidente, pagam tudo do seu bolso, se o tiverem. Caso contrário, ficam à espera que passe. Na rua, talvez...

O respeito pelas instituições

Portugal é o país, dos muitos que conheço, em que mais se ataca e insulta o Presidente da República. Independentemente da opinião política que se possa ter sobre Cavaco Silva, a verdade é que, numa democracia ocidental consolidada, não é compreensível uma situação como a nossa. E não é apenas nos blogs nem nas outras redes sociais que isso acontece. É igualmente na comunicação social profissional.

 

Uma coisa é o combate político. Outra, bem diferente, é a falta de respeito, ao nível mais primário, pelos titulares de órgãos de soberania. Sobretudo no caso da Presidência da República. Porquê? Porque neste caso, quem aí está passou por uma eleição geral – só não votou quem não quis – e ganhou por isso uma legitimidade institucional que os comentadores nunca conseguiram. Mais ainda. Alguns desses comentadores do bota-abaixo só ganharam notoriedade política e pública por terem feito uma carreira de yes-men nos respectivos partidos. Foram ministros e outras coisas semelhantes por não terem coluna vertebral. Outros ganharam-na porque uma parte da opinião pública portuguesa dá muito valor aos caceteiros profissionais.

Os nabos da banca

Sabendo que sou emigrante há dezenas de anos, o meu banco português enviou-me uma lista das casas e outros imóveis que tem à venda. No entender deles, quem está no estrangeiro há tanto tempo deve estar com imensas saudades e ter, ao mesmo tempo, dinheiro suficiente para comprar um bem no país natal. É uma hipótese de trabalho como qualquer outra. Terá, por isso, o seu fundamento. Só que os bens disponíveis eram esteticamente de um gosto muito discutível mas acima de tudo, com preços bem superiores ao que seria de esperar. Falo dos preços mais altos. Elevados, mas sem qualquer correspondência com a qualidade da construção, os materiais empregues, o tipo de ambiente circundante. A esses preços compra-se melhor e de mais qualidade noutros sítios da Europa.

 

Há aqui algo que não entendo. Como também não percebo a razão que levou o meu banco português a emprestar dinheiro a quem comprou em primeira mão esses imóveis ou a quem os mandou construir. Quem financia nabos como se fossem espargos não sabe o que anda a fazer.

 

 

 

Pág. 1/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

<meta name=

My title page contents

Links

https://victorfreebird.blogspot.com

google35f5d0d6dcc935c4.html

  • Verify a site
  • vistas largas
  • Vistas Largas

www.duniamundo.com

  • Consultoria Victor Angelo

https://victorangeloviews.blogspot.com

@vangelofreebird

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D