Nuvens
Há uma certa confusão no ar.
Os exemplos são muitos.
Gente boa e progressista cita Nigel Farage, o líder do UKIP, United Kingdom Independence Party, quanto se trata de encontrar argumentos contra a União Europeia. Ora, Farage, que se tornou conhecido por ter aproveitado bem a sua condição de deputado do Parlamento Europeu, é o chefe de um partido ultranacionalista e reaccionário, profundamente anti-imigração e contra os estrangeiros que vivem no Reino Unido. Um aliado de outros partidos xenófobos, como por exemplo o Partido Popular Dinamarquês.
Infelizmente, a confusão vai permitir ao UKIP ganhar as eleições europeias de Maio, na Grã-Bretanha. E o partido dinamarquês, aproveitando a mesma onda anti-imigração vai provavelmente ser o mais votado na Dinamarca.
Outro exemplo diz respeito à Rússia de Putine.
Na ânsia de pintar a Europa e os Estados Unidos com as piores cores, muitos têm, nos últimos tempos, alinhado a sua visão do mundo pela cartilha que Putine segue. E têm, por isso, tendência para apoiar tudo o que Putin diz e faz e ver o mal apenas deste lado.
É uma visão confusa do que são, de facto, os nossos interesses.
Hoje, de novo, os interesses contam mais do que a cooperação entre as partes. Infelizmente, assim é. Sempre defendi que era preciso encontrar equilíbrios entre os diferentes interesses e promover a cooperação e a interdependência entre as comunidades de países.
A confrontação é um retrocesso.
Mas quando existe, é preciso ter uma ideia clara de quem são os nossos e onde estão os nossos interesses.