Em Londres, com todo o zelo
Estive hoje em trânsito, uma vez mais, no Terminal 5 do aeroporto londrino de Heathrow. E uma vez mais, os controlos foram demorados e levados à letra. Dou um exemplo. O saco transparente onde transportava a pasta de dentes, o creme de barbear e o aftershave continha igualmente um pente, uma escova de dentes e uma minúscula bolsa também ela transparente, com vários comprimidos que necessito no dia-a-dia das minhas viagens. Não foi aceite. O regulamento não permite misturar, na mesma bolsa, alhos com bugalhos. Tive que voltar para trás, proceder à separação protocolar e voltar à máquina de controlo. De todos os aeroportos por onde ando, foi apenas em Londres que isso me foi exigido. Entretanto as filas de espera iam ficando cada vez mais longas. Na fila do lado, um casal de turistas asiáticos, com aspecto abastado, assistia impávido, mas surpreendido, ao desembalar e à inspecção, peça por peça, de um pequeno serviço de cristal que haviam comprado na cidade e que queriam levar como bagagem de mão. O agente de segurança calçara as luvas e dava a volta a cada peça com o cuidado que as regras impõem. Não se tratava de uma greve de zelo. É simplesmente o zelo levado ao extremo, para que ninguém possa ser acusado, se alguma coisa correr mal, de negligência.