Charlie Hebdo: um novo desafio de segurança
O atentado contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo, que fez até agora 12 mortos, deve ser condenado de modo absolutamente inequívoco. É um acto inadmissível e sem qualquer tipo de justificação. Deixa-nos num profundo estado de choque.
É, igualmente, um motivo de grande preocupação. Os autores demonstraram uma preparação militar altamente sofisticada ou de atiradores de elite. Vê-se isso na maneira como se movimentaram, no tipo de disparos feitos, na precisão da execução. Isso não se consegue em meia dúzia de dias, nem pela simples leitura de slogans inflamados. Além disso, o atentado mostra ter sido planeado com todo o pormenor, provavelmente ao longo de meses. Por detrás de tudo, está uma organização e uma determinação que nada têm de amador. Deixam-nos os cabelos em pé.
Assim, é urgente e fundamental investigar todos os aspectos relacionados com este atentado. Descobrir, sem demoras, quem o perpetrou e quem o organizou. E tirar as lições, em matéria de segurança interna, que se impuserem. Estamos, na verdade, perante uma ameaça muito sério e com um nível de profissionalismo inédito na Europa. Não se tratou de uns bombistas suicidas, mais ou menos preparados para viajar para o paraíso. Assistimos, isso sim, à acção de um grupo altamente perigoso e extremamente bem treinado.