A liberdade e a democracia sempre
Foi novamente um dia dramático. Em várias partes do mundo, na Síria, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, no Nordeste da Nigéria, na África Central e em França. O caso francês, com o desfecho do drama à volta de Charlie Hebdo, foi o único que mereceu atenção mediática, um relevo extraordinário, na verdade. Porquê? Porque se trata de um caso ao pé da porta ou mesmo dentro da casa comum que é hoje a UE. Toca-nos directamente, o que não acontece com os outros incidentes e as outras violências em terras afastadas do nosso quotidiano. Há que ter isso em conta.
Também convém ter em conta um certo número de interrogações que estes actos terroristas levantam. São questões na área da segurança, da cooperação europeia, da prevenção, da inevitabilidade da insegurança nas sociedades abertas em que vivemos, mas também questões relacionadas com a integração dos jovens, com o impacto da imigração de pessoas de culturas diferentes das nossas, com os nacionalismos exagerados, com a intolerância como arma política, com a religião como pretexto para excluir os outros.
Há aqui matéria para muita reflexão. Mas o que não devemos perder de vista é claro: a democracia, a liberdade, o respeito pelos outros, são valores fundamentais que nenhum tipo de extremismo deveria pôr em causa. Mesmo que o preço a pagar seja, como desta vez, bem elevado.