Guterres com os olhos postos em Nova Iorque
Anda por aí gente a queixar-se de António Guterres, que não se define, que não diz se sim ou sopas, no que respeita às eleições presidenciais de 2016.
Mas a verdade é que Guterres está a jogar claro. Gostaria de ser o próximo Secretário-geral da ONU. Esta função é incomparavelmente mais interessante que a de Presidente da República portuguesa, mesmo escrevendo presidente com um P grande. Enquanto ele pensar que tem hipóteses, ao nível das Nações Unidas, não vai mostrar nenhum outro interesse que possa pôr em causa as suas chances. E, para já, Guterres tem algumas probabilidades a seu favor. É um nome possível.
Não haverá clareza em relação às candidaturas a Secretário-geral nos próximos tempos, excepto no caso de um acontecimento que desagrade profundamente a um dos cinco países permanentes do Conselho de Segurança e que tenha Guterres como protagonista. Ora, ele é prudente e sabe bem quais são as regras e contornos da corrida. Isto significa que Guterres não estará disponível, nem pouco mais ou menos, para ser candidato em Portugal. Mais ainda. É provável que nos próximos meses tenha um cuidado muito especial, uma espécie de afastamento, para que ninguém pense que ainda alimenta, lá no fundo do seu peito, alguma ambição relacionada com o início do ano de 2016 em Portugal.