G7 e mais
No momento em que está a decorrer a cimeira anual do G7, parece-me importante reafirmar que os encontros regulares entre os principais líderes mundiais devem ser vistos de uma maneira positiva. O diálogo político e a diplomacia são os melhores instrumentos na área das relações internacionais. Tornam-se ainda mais úteis quando os líderes se conhecem pessoalmente e se sentem à vontade no trato mútuo.
É pena, estou de acordo, que a Rússia e a China não participem neste tipo de discussões. O G7 é antes de tudo um clube de líderes “ocidentais”, dirigentes que partilham uma filosofia política comum. É um mecanismo de concertação entre países aliados, que têm, ao mesmo tempo, maior capacidade para influenciar as opções internacionais. E como tal terá a justificação necessária. Não pode, no entanto, ser visto como uma plataforma para acertar posições contra outros estados, a não ser que esses estados não estejam a cumprir os mínimos que se espera, em termos de direito internacional.
Quanto aos que ficam de fora, existem outras configurações que permitem o diálogo. A mais conhecida é certamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Conselho tem tido algumas dificuldades de funcionamento, nos últimos anos. Mas continua a ser a estrutura por excelência para a resolução de diferendos entre as nações. E, por isso, e´ fundamental que a sua autoridade seja reconhecida e que os problemas, por mais espinhosos que possam ser, continuem a fazer parte da sua agenda.
Amanhã, estarão no G7 alguns convidados especiais: os líderes do Iraque, da Nigéria e da Tunísia, nomeadamente. Essas presenças revelam uma preocupação de grande relevo: o combate contra o terrorismo de inspiração radical islâmica. Existe, na sala da cimeira, quem pense que esta batalha continua longe de estar ganha. Não sei se haverá, no entanto, quem ache que a estratégia que tem sido seguida até agora precisa de uma revisão de alto abaixo. Sem isso, o combate irá demorar muito até dar resultado.