Fragilidades
Alguém que conhece bem o clima de negócios me dizia hoje que a economia portuguesa continua muito frágil. O consumo está relativamente fraco e não há investimento significativo nos sectores da produção de bens e no comércio. Existe, isso sim, um clima de espera, para ver onde irão parar as eleições de Outubro. Um clima que é acompanhado, em certa medida, pelo receio que as eleições possam trazer mais fragilidade. E mais desequilíbrios.
Ouvi e pensei nos grandes indicadores do dia: no facto do euro continuar estável em relação ao dólar, o que mostra um certo nível de confiança na moeda comum; na Itália, que ontem contraiu mais 6,8 mil milhões de euros de dívida pública, através de uma subscrição de obrigações a taxas relativamente baixas; e também no preço do petróleo e do ouro, que são dois grandes indicadores dos sentimentos económicos ao nível global; em ambos os casos, não vi alterações relevantes, indicando assim uma certa tranquilidade ao nível da economia internacional.
Depois, pensei na Grécia. E aí, sim, fiquei preocupado. Com a situação dos gregos, claro, mas também com o que as nossas fraquezas podem trazer como futuro para Portugal. Nestas coisas, quando se vê a casa dos vizinhos a arder é sempre bom aumentar o nosso nível de prevenção.