Hoje é sexta-feira, ninguém me lê
Queixam-se amigos meus de António Costa, a quem acusam de falta de genica e de ideias que saiam além das banalidades habituais. Lembro-lhes que, apesar tudo, ainda é dos melhores. Muitos outros, na direcção do partido, são ainda mais superficiais, meramente emotivos nas suas opiniões e, para completar a desgraça, radicais ocos. Ainda ontem tivemos exemplo disso, ao ouvir o que disse o Presidente do PS sobre o Syriza ou ao ler o desabafo inflamado de um membro do secretariado nacional que escrevinha umas tontices no JN.
Perante isto e também face ao que existe do outro lado da mesa, é de facto tempo de procurar dar-se uma volta às elites políticas de Portugal. Mas será, em grande medida, tempo perdido, porque o sistema não deixa entrar gente que possa pôr em causa a mediocridade que controla as máquinas. Antes pelo contrário. O sistema está, isso sim, aberto para os do costume. Que o diga o Miguel Relvas, que desde ontem não pára de brilhar na comunicação social.
Sem contar, claro, com o regresso que se prepara do senhor que esteve em Bruxelas por duas longas épocas. Um regresso com a esperança e o olhar colocados em Belém.