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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

"Mañana"

Como previra ontem, a cimeira deste serão sobre a crise grega foi inconclusiva. A Presidente da Lituânia resumiu a coisa, dizendo que “com os Gregos, é sempre mañana…”

Não será amanhã, mas o tempo urge. E daqui até Domingo, dia de uma nova cimeira, desta feita a 28, tudo pode acontecer. Inclusive um acordo…

Mas prevejo que seja um acordo com muitas condições, com medidas bem concretas a serem exigidas aos Gregos.

Previsão

A menos de 24 horas da cimeira do Eurogrupo, qual é o prognóstico? Aqui está uma pergunta arriscada. A resposta parece-me poder ser, com esta antecedência e com todos os riscos de errar, que a reunião não será conclusiva. As portas da negociação ficarão ainda entreabertas, mas notar-se-á um clima na sala pouco favorável a um acordo que não tenha garantias muito sérias de poder ser implementado. Não vai ser fácil para o governo grego.

 

Sondagens fora de jogo

Escrever análises com base em sondagens de intenções eleitorais tornou-se, nos últimos tempos, bastante arriscado. Os inquéritos de opinião enganaram-se no caso das eleições legislativas de Israel bem como nas britânicas e voltaram a falhar no que respeita ao referendo grego.

A partir de agora é preciso tratar as sondagens com pinças.

E ver se as metodologias de inquérito mudam ou não. O erro está na maneira hoje ultrapassada de proceder à inquirição das amostras. Continua a utilizar-se o telefone fixo como ponto de contacto numa altura em que muitos, sobretudo os mais jovens, só se servem de aparelhos móveis. E mesmo os mais velhos…

 

 

 

 

Dias extraordinários

Vivemos na Europa um serão extraordinário. Um período dramático que se vai aliás prolongar por uns tempos.

Primeiro, temos a vitória do “Não” e da posição de Tsipras e do governo grego.

Em segundo lugar refiro-me ao clima de total incerteza que agora parece caracterizar os próximos dias: que irão os dias que se seguem trazer para o povo grego, a começar pela questão do acesso a meios de pagamento e ao funcionamento dos bancos?

Terceiro, penso no grau de instabilidade que a nova posição grega provoca na zona euro, uma união monetária que agora entrou numa fase crítica da sua existência.

Quarto, não podemos ignorar as divisões possíveis na cena política europeia, com uns países do euro grupo a olhar de modo inflexível para a Grécia e outros mais prontos para o diálogo.

Este é o momento que exige ideias claras.

É um momento de escolhas políticas, com base na salvaguarda do que é essencial para a sobrevivência da moeda comum e do que ela significa em matéria de construção da unidade europeia. Quem é contra a continuação da moeda comum achará que se deu hoje um grande passo em frente no sentido de se acabar com esse projecto. Quem é a favor – e a grande maioria dos cidadãos da zona euro está claramente deste lado, incluindo os eleitores na Grécia – tem que medir com clareza os prós e os contras das decisões que estão em cima da mesa, das escolhas que deverão ser feitas no futuro imediato. Terão, certamente, que ter presente que a moeda comum exige regras, convergência económica e solidariedade. É isso que é preciso ter em linha de conta, com peso e medida.

 

 

Um momento histórico

Anda por aí muita gente a opinar se deve ser “Sim” ou “Não”. É normal, porque a situação é grave e não deve deixar muita margem para a indiferença.

Mas a decisão não é nossa. A nós cabe-nos esperar pelo resultado da consulta popular.

Depois veremos qual é a leitura que faz quem tem, nessa terra, legitimidade para o fazer. E só então nos deveremos pronunciar. Só espero que o façamos tendo em conta as diferentes dimensões deste enorme desafio. Ou seja, evitando tomadas de posição apressadas, superficiais e emotivas.

Enfim estaremos perante um verdadeiro chamamento em termos de liderança.

É sempre assim, nos momentos históricos.

 

 

Hoje é sexta-feira, ninguém me lê

Queixam-se amigos meus de António Costa, a quem acusam de falta de genica e de ideias que saiam além das banalidades habituais. Lembro-lhes que, apesar tudo, ainda é dos melhores. Muitos outros, na direcção do partido, são ainda mais superficiais, meramente emotivos nas suas opiniões e, para completar a desgraça, radicais ocos. Ainda ontem tivemos exemplo disso, ao ouvir o que disse o Presidente do PS sobre o Syriza ou ao ler o desabafo inflamado de um membro do secretariado nacional que escrevinha umas tontices no JN.

Perante isto e também face ao que existe do outro lado da mesa, é de facto tempo de procurar dar-se uma volta às elites políticas de Portugal. Mas será, em grande medida, tempo perdido, porque o sistema não deixa entrar gente que possa pôr em causa a mediocridade que controla as máquinas. Antes pelo contrário. O sistema está, isso sim, aberto para os do costume. Que o diga o Miguel Relvas, que desde ontem não pára de brilhar na comunicação social.

Sem contar, claro, com o regresso que se prepara do senhor que esteve em Bruxelas por duas longas épocas. Um regresso com a esperança e o olhar colocados em Belém.

 

Notas sobre a Grécia de hoje

Publico na Visão que hoje chegou às bancas o texto que abaixo transcrevo.

Boa leitura.

 

Retirar Tsipras da fotografia

            Victor Ângelo

 

 

                No chamado “coração da Europa” – Alemanha, França e Benelux, em particular – cerca de três em cada quatro cidadãos consideram que a ajuda concedida até agora à Grécia foi generosa. Também acham que não deve ser renovada, salvo se houver um compromisso forte e inequívoco em matéria de reforma do Estado e das finanças públicas. Simultaneamente, cerca de 60% desses mesmos eleitores preferiria que a Grécia se mantivesse na zona euro, para evitar uma crise de proporções imprevisíveis. Estes números são estimativas. Resultam de análises feitas em gabinetes opacos. Valem o que valem, como muitas das notas confidenciais que os serviços desse tipo produzem. Mas são as que circulam nos círculos políticos que têm de facto poder de decisão. Ajudam a compreender certas tomadas de posição. E lembram-nos, uma vez mais, que em política o que pesa de verdade é a opinião pública interna.

            Os mesmos analistas foram chamados a refletir sobre as opções que a Grécia teria, se procurasse ajuda fora da UE. A possibilidade mais óbvia parecia ser a russa. A Grécia poderia solicitar assim o apoio político e financeiro de Putin. A conclusão a que se chegou é que se trata de um beco sem saída. A carta russa não vale no baralho que ainda resta a Atenas, um baralho hoje quase sem trunfos. Primeiro, a dimensão do problema é tal que está fora das possibilidades financeiras de Moscovo. Segundo, à Rússia interessa minar a união da Europa no centro e não na periferia. Terceiro, uma aproximação desse tipo acarretaria o afastamento da Grécia dos núcleos de decisão estratégica da Aliança Atlântica. Ora a presença na NATO é vital para os seus interesses de soberania. Não seria concebível, em Atenas, estar do lado de fora, enquanto a Turquia, o rival por excelência, continuaria dentro da Aliança. Sem contar com a possível oposição das forças armadas gregas a uma decisão política que pusesse em causa a sua inserção plena na NATO.

            O primeiro-ministro Alexis Tsipras resolveu então jogar a carta do referendo. Foi uma decisão de desespero. Também um golpe fatal no relacionamento pessoal com os seus pares europeus. Estas são as apreciações que prevalecem em Bruxelas, do outro lado da mesa. A resposta parece ser clara. Se o campo do “não ao acordo” ganhar, Juncker e os outros tomam nota e passam à fase seguinte, que é a de consolidar a estabilidade financeira dos restantes membros da zona euro. Existe a convicção que será possível gerir os riscos decorrentes do “Não”. Porém, os chefes da Europa farão tudo o que estiver ao seu alcance, a tordo e a direito, para que seja o “Sim” a vencer. Para eles, o objetivo político principal mudou com a convocação do referendo. Trata-se, a partir deste momento, de criar as condições internas que precipitem o fim da coligação de governo grega.

            E isto leva-me a um último ponto. A crise permitiu tornar clara a ideologia que sustenta o projeto europeu. Pouco a pouco, a Europa foi sendo formatada para ser governada ao centro. É uma construção neoconservadora, inspirada por opções políticas que assentam num liberalismo económico e cultural com fortes laivos sociais. Umas vezes o acento será mais no liberalismo, outras nas dimensões sociais, mas tudo dentro de um quadro ideológico que não ponha em causa o sistema. É agora evidente que o governo do Syriza ou arranjos semelhantes, noutros cantos da UE, não cabem neste quadro. Essa é a mensagem que se quer fazer chegar aos eleitores europeus.

Fragilidades

Alguém que conhece bem o clima de negócios me dizia hoje que a economia portuguesa continua muito frágil. O consumo está relativamente fraco e não há investimento significativo nos sectores da produção de bens e no comércio. Existe, isso sim, um clima de espera, para ver onde irão parar as eleições de Outubro. Um clima que é acompanhado, em certa medida, pelo receio que as eleições possam trazer mais fragilidade. E mais desequilíbrios.

Ouvi e pensei nos grandes indicadores do dia: no facto do euro continuar estável em relação ao dólar, o que mostra um certo nível de confiança na moeda comum; na Itália, que ontem contraiu mais 6,8 mil milhões de euros de dívida pública, através de uma subscrição de obrigações a taxas relativamente baixas; e também no preço do petróleo e do ouro, que são dois grandes indicadores dos sentimentos económicos ao nível global; em ambos os casos, não vi alterações relevantes, indicando assim uma certa tranquilidade ao nível da economia internacional.

Depois, pensei na Grécia. E aí, sim, fiquei preocupado. Com a situação dos gregos, claro, mas também com o que as nossas fraquezas podem trazer como futuro para Portugal. Nestas coisas, quando se vê a casa dos vizinhos a arder é sempre bom aumentar o nosso nível de prevenção.

 

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