Ir ao parque infantil em Bruxelas
Esta tarde, o tempo estava frio. Mesmo assim, a minha neta levou-me ao parque infantil perto de casa, um parque que ela conhece bem. No meio da brincadeira, perguntou-me por que razão o parque estava vazio. Notou que, desta vez, não havia crianças. Perguntou e voltou a perguntar, um pouco mais tarde. De cada vez disse-lhe que olhasse bem, porque lá mais à frente estava uma outra menina, também a brincar. Não me pareceu muito convencida. Acabei por mencionar o tempo, o frio, como razão. Não sei se aceitou a explicação, até porque o frio é coisa do quotidiano, nesta altura do ano, em Bruxelas.
No regresso a casa, quis saber, assim de repente, o que é um terrorista. Ouvira a palavra, mas para quem ainda não completou seis anos de idade, a palavra soava fora de jogo. Expliquei-lhe e fiz a ponte com as sirenes que iam passando e que nos entravam pelos ouvidos.
Mais tarde ficou a saber que amanhã a escola não vai abrir. Terá que ficar em casa. Perguntou se era por causa dos terroristas. Claro que não. Os terroristas não gostam de ir à escola, são avessos aos estudos e contra a educação moderna. São, sobretudo, contra o ensino destinado às meninas como ela.
Mas isso passa-se muito longe daqui. Em Bruxelas, as escolas só deverão fechar por um dia. Assim se espera.