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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

John Kerry

             "O ano de 2015 ficou muito a dever a John Kerry.

            O nome do Secretário de Estado norte-americano apareceu intimamente associado a momentos altos das relações internacionais, nomeadamente ao acordo nuclear com o Irão e ao plano de negociações sobre a Síria, que acaba de ser adotado pela ONU. Em paralelo com o Presidente Obama, que decidiu concentrar uma boa parte da sua atenção nas questões internas e retrair-se em matéria de política externa, Kerry comprometeu-se pessoalmente na solução de problemas que pareciam insolúveis. Com uma idade que já vai para lá dos setenta, num momento da vida em que muitos outros passam o tempo a jogar golf, foi infatigável e um exemplo de força de vontade e otimismo. Projetou uma imagem de maturidade e confiança, de seriedade e limpidez de intenções, características que são raras na política dos nossos dias. Lembrou-nos, entre outras coisas, que em diplomacia o que conta é estar presente, que a resolução das crises passa por se falar diretamente com os protagonistas, por não ter medo dos insucessos de hoje, mas sim, por conseguir transformá-los nas etapas necessárias para os acordos de amanhã. Teve ainda a habilidade e o arrojo de nos lembrar que com Benjamin Netanyahu no poder e com a coligação que agora o apoia, o conflito entre Israel e a Palestina continuará a agravar-se até se tornar quase irremediável. Para mim, pois, John Kerry foi o modelo do ano. Um político com uma vida e uma prática que nos inspiram e fazem refletir."

 

(Parágrafo final do meu texto na Visão online de hoje, texto publicado sob o título "Um político de referência em 2015"

 

A preparar a passagem para 2016

Em pano de fundo, oiço repetidamente, este serão, o barulho de sirenes. A polícia anda atarefada, em buscas que garantam uma passagem do ano tranquila.

O acesso ao coração da cidade, onde terá lugar a festa popular da chegada do novo ano, vai estar bastante condicionado e ser filtrado de modo sistemático. Os carros particulares terão que ficar estacionados bem longe do centro. Mas as pessoas irão à festa. A segurança apertada, nestes momentos de grandes concentrações de cidadãos, já faz parte da normalidade. Aceita-se sem pestanejar.

A resposta a estas novas ameaças tem sido feita de modo coordenado. Aqui só há uma polícia encarregue da segurança interna. Não há competições nem preocupações de protagonismo. É verdade que nem sempre houve uma ligação correcta entre a polícia federal e as polícias locais. Esse problema está agora resolvido.

Por outro lado, a análise das ameaças é feita por um órgão independente, sem qualquer interferência do poder político. É uma apreciação técnica, com base nas informações provenientes da polícia, da inteligência militar e da Segurança do Estado (Sûreté de l´État). Tudo o que se sabe é posto em cima da mesa e analisado com muita atenção. O resultado é então transmitido ao Primeiro-ministro e aos ministros competentes, para que as decisões estratégicas sejam tomadas.

Entretanto, as responsabilidades individuais e institucionais em matéria de identificação de casos de radicalização estão a ser melhor definidas. Essa é uma das etapas mais urgentes e, ao mesmo tempo, das mais delicadas. Exige, além disso, meios de investigação que neste momento parecem ser insuficientes.

E assim se vão organizando as coisas. É uma questão de eficiência, mas sem pânico.

O nosso lixo

As festas do Natal já passaram. Como de costume, houve embrulhos e papel de prendas por todos os lados. Nestas paragens não há Natal sem grandes manifestações de consumo. Mas o que mais me agrada é poder andar nas ruas do meu bairro e não ver lixo amontoado, caixas vazias das prendas recebidas, embalagens de todo o tipo, espalhadas por tudo o que possa ser sítio próximo de contentores. As ruas estão limpas, não há nenhum sinal da orgia de compras que definiram os últimos dias. Não existem, aliás, contentores nas ruas.

No bairro onde vivo, o papel é recolhido todos os quinze dias. São duas sextas-feiras por mês. Enquanto não chega o dia, o papel e o cartão é guardado em casa, fica à espera. Chama-se a isto civismo. Educação cidadã.

Imagino que os apartamentos e as casas estarão cheios de papel à espera do camião, no dia certo.

Pensar para além do Natal

" Às nossas portas, na região do Médio Oriente e do Norte de África (MONA) temos uma vasta área populacional com cerca de 400 milhões de pessoas, das quais mais de metade tem menos de 25 anos de idade. Uma pirâmide de idades tão jovem levará inevitavelmente a novas explosões demográficas, que demorarão pelo menos duas gerações até estabilizar. Muitos desses jovens têm um grau de escolaridade relativamente elevado e um nível de ambições ainda maior. Todavia, grande número está fora do mercado de trabalho, sem emprego ou a navegar nas águas perigosas do mero desenrascanço. No Egipto, por exemplo, diplomaram-se nas universidades 5 milhões de jovens entre 1995 e 2006, num período em que a economia do país não conseguiu criar mais do que 1,8 milhões de empregos com esse tipo de exigência académica. A própria Arábia Saudita, que é uma das economias mais fortes, tem uma taxa de desemprego jovem à volta dos 28%. "

 

(Extracto do meu texto na Visão online de hoje, publicado com o título de "Reflexão atípica de Natal")

Não resisti à tentação do Banif

Nestes últimos dias, todo o gato-sapato e os seus parentes mais próximos têm escrito sobre o Banif, o banco que foi ao ar. Por isso, hesitei em pegar no assunto, ontem. Achei que não valeria a pena acrescentar mais nada. Esta página ficou em branco, que é muitas vezes a tradução da vontade que tenho de tratar a nossa absurdidade quotidiana.

Mas este meu blog tem uma vocação muito marcada para pregar no deserto. Não resiste durante muito tempo. Por isso, cá estou hoje a escrever sobre a questão.

A verdade é que o enredo do Banif mostra, uma vez mais, várias coisas.

Ao nível macroeconómico, que temos bancos a mais e economia a menos. Existem demasiados bancos na nossa praça para uma economia fraca das canetas e incapaz de se equilibrar e começar a andar com as duas pernas no mundo moderno.

Ao nível da supervisão, que o Banco de Portugal não tem a independência necessária. A Europa de agora quer bancos centrais independentes do poder político. Não será o caso em Lisboa. Não precisamos de uma agência de supervisão paralela, a ideia que anda agora por aí no ar. Queremos, isso sim, um Banco de Portugal à altura das suas responsabilidades institucionais. Objectivo e corajoso. Tenho cada vez mais dúvidas, no nosso caso.

Ao nível da actividade bancária, o colapso mostra que os bancos comerciais portugueses são em geral mal geridos. A incompetência está nos conselhos de administração e nas direcções executivas. O princípio em que se baseiam não é o da rentabilidade dos projectos que financiam, mas sim o do compadrio. Se o compadre, ou o amigo desse compadre, pede um empréstimo, a direcção do banco fecha os olhos à viabilidade da coisa e avança com o crédito. Saem uns milhões. É uma situação própria de um país subdesenvolvido. Vi isso em vários cantos do mundo. E depois, com o passar dos tempos, o crédito fica malparado e vai juntar-se aos milhões de euros que já estão nessa gaveta de incobráveis.

E ao nível político, é a irresponsabilidade saloia que domina. A classe política respira esperteza bacoca. Neste caso, foi a manha do governo de Passos Coelho que preferiu ir adiando o problema. Uma crise anunciada mas adiada é, na nossa maneira caseira de ver a política, melhor do que uma crise de facto. Praticamos a política do pau. Enquanto ele vai e vem, folgam as costas.

Quem não folga agora é o Costa. Nem os portugueses.

 

 

 

O exemplo popular vindo de Espanha

Com uma taxa de participação nas eleições gerais de hoje próxima dos 73%, os eleitores espanhóis deram-nos uma lição de democracia. Como já nos haviam dado uma outra de política popular, de empenho cidadão, ao criarem dois poderosos movimentos de massas, Podemos e Ciudadanos. Sem esquecer que ambos tiveram excelentes resultados nestas eleições.

Carreiras políticas brilhantes

O fulano nem conseguiu ser eleito para a câmara da sua vila natal. Candidatou-se e perdeu. Os seus conterrâneos acharam que não tinha condições para que desempenhasse o lugar de presidente da câmara. Mas hoje está à frente do seu grupo parlamentar, na Assembleia da República. Não por mérito próprio, claro. Simplesmente por fidelidade ao líder do seu partido. Que é assim que se faz carreira, nesta terra. De língua de fora.

E depois admiram-se que não haja respeito por quem está no poder.

 

A TAP à força

O Primeiro-Ministro de Portugal disse hoje em Bruxelas que a TAP volta para o controlo do Estado português, “com ou sem acordo”. Ou seja, à força, se for necessário.

Trata-se de uma mensagem clara. Para os esquerdistas da nossa terra, soará como música divina. Para os investidores, será mais um alerta.

Para mim, foi uma frase infeliz.

Burrices dos nossos intelectuais

Dirigentes políticos nacionais, com voz nos secretariados partidários e na comunicação social, continuam a acreditar que existe uma “doutrina “ europeia que defende o “empobrecimento colectivo” de cidadãos dos Estados membros. Nessa versão, o que aconteceu em Portugal nos últimos anos foi a “aplicação” dessa referida “doutrina”.

Tudo isso é mera fantasia. Os países mais ricos da Europa querem, isso sim, que os restantes tenham um poder de compra mais elevado. Precisam que haja prosperidade um pouco por toda a parte da EU.

Primeiro, porque um poder de compra mais elevado faz aumentar o consumo. Ou seja, é benéfico para todos, incluindo para os países como a Alemanha que produzem muitos bens que outros compram. Quanto maior for a capacidade média aquisitiva dos portugueses, espanhóis e outros, mais bens alemães e de outros cantos da Europa se vendem.

Segundo, porque a estabilidade da União assenta na prosperidade do conjunto dos cidadãos europeus. Esta verdade é uma evidência aceite pelos principais líderes do nosso continente. Uma Europa de disparidades muito acentuadas não tem futuro, acabará por se desagregar.

Há quem responda, então, que os países mais poderosos querem que haja uma mão-de-obra barata, noutros cantos da Europa. Já terá sido assim. Agora, com a deslocalização das indústrias e dos serviços para outras partes do mundo, onde o trabalho é de facto mais mal remunerado, e onde os impostos sobre as empresas são relativamente suaves, a questão do preço da mão-de-obra europeia já não pesa o que pesava.

O que a Europa quer é trabalhadores altamente qualificados e produtivos. São as qualificações profissionais e os níveis de produtividade que fazem a diferença.

Quem anda por aí a apregoar a tal “doutrina” não sabe do que está a falar. Intervém e vê o mundo com base em slogans. É tão burro que até acredita no que repetidamente diz.

Um esboço de balanço sobre a Europa

"Visto com os nossos olhos europeus, 2015 termina mal. Até as bolsas têm andado às aranhas. Tivemos a crise grega, que dominou uma boa parte do ano e que agora nos parece algo de muito longínquo, mas que na verdade ainda está por resolver. Assistimos à expansão dos ultranacionalismos e dos extremismos, de forças retrógradas que remam contra a maré do progresso. Complicou-se o relacionamento com David Cameron, que nos trouxe novas ameaças à continuação da UE. E encontramo-nos sem uma solução comum para dois grandes desafios: a imigração massiva, por motivos de refúgio ou económicos, e o terrorismo. Continuamos, aliás, a apostar em receitas estritamente nacionais, para problemas que terão um impacto sobre o futuro de todos os europeus."

 

(Paragráfo extraído do meu texto de hoje na Visão on line com o título de " Um ano à toa" )

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http://bit.ly/1UzJ3Yg

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