Sobre as presidenciais
Nas antevésperas da eleição presidência portuguesa, é curioso notar que o debate se resume a uma só questão: vamos resolver isto à primeira ou haverá necessidade de organizar uma segunda volta. E quanto a isso, as opiniões divergem. Mas, na verdade, o que a questão demonstra é que há um candidato muito mais abrangente do que os outros. Vai buscar votos a vários quadrantes. Pode ser ligeiro do lado das ideias, mas que consegue uma diversidade de apoios, isso sim. Os restantes estão confinados a uma fatia muito estreita do eleitorado. Ou seja, dificilmente reúnem as condições para que possam ser considerados como representativos de um leque alargado das diferentes componentes da opinião pública. Todavia, um deles, se houver segunda volta, até pode vir a ser o próximo Chefe do Estado. É que em matéria de eleições e de rejeições, nunca se sabe. A democracia funciona assim.