Sobre a ONU
Tive hoje a oportunidade de dizer publicamente que na eleição do próximo Secretário-Geral da ONU o critério absoluto vai ser o geopolítico. Como é aliás tradição. Só que desta vez, esse critério ainda será mais estreito. É quase certo que o vencedor será alguém originário da Europa do Leste. E os países sabem que assim deverá ser. Por isso, dos sete candidatos anunciados oficialmente seis provêm de estados dessa região. António Guterres é a excepção. É verdade que vem do grupo europeu, mas como acima digo, este ano a definição geopolítica é mais apertada.
O segundo critério será o do género. Não deve ser visto como um crivo absoluto. Mas pesará.
Em terceiro lugar, dar-se-á vantagem ao candidato que possa fazer a ponte entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Existe uma preocupação evidente em relação a Putine. A tendência actual vai no sentido do restabelecimento do diálogo com Moscovo. O candidato da Europa do Leste que tenha mais condições para fazer essa ligação poderá ter mais hipóteses.
E o quarto critério é o da sorte. O processo é complicado. Podem surgir objeções de última hora. E aí ganha o inesperado.