Costa, Congresso e Caixa
António Costa fez um discurso de encerramento do Congresso do Partido Socialista mais equilibrado do que a maioria das intervenções dos principais dirigentes, feitas ao longo dos últimos três dias. Os outros oradores falavam para dentro do partido e não se privaram de mostrar as suas preferências por políticas mais próximas do simplismo extremado. Costa falava para fora. Tinha necessariamente que transmitir um conjunto de mensagens mais conciliatórias, nomeadamente em relação à Europa. Creio que o conseguiu.
Entretanto, talvez fosse útil repensar na imagem que a decisão de aumentar o número de administradores da Caixa Geral de Depósitos projecta. Passar de 14 membros do Conselho de Administração para 19, como agora foi decidido, é um erro de palmatória. A Caixa não tem uma dimensão que justifique tanta gente à sua frente. Só irão aumentar a confusão reinante na instituição, quando esta precisa de uma direcção clara, homogénea e mais competente. E por falar em competência, alguns dos novos nomes são de gente que já andou por estas andanças, no passado, e que deu provas de pouca objectividade profissional. Exactamente o contrário do que é preciso nesta fase.
O primeiro-ministro tem agora mais tempo livre para rever esta decisão. E tomar posição.