Afogados na incompetência política
Hoje lembrei-me do velho Deng Xiao-ping (1904-1997). O tal que dizia, por outras palavras mas com o mesmo sentido, que o importante não era a cor do gato, se branco ou preto, mas sim se caçava, ou não, ratos. É o pragmatismo político levado ao extremo.
Mas a verdade é que precisamos, no nosso caso bem português, de introduzir uma forte dose de pragmatismo na nossa prática política. Há conversa a mais, ideologia superficial em abundância, e poucos resultados práticos. Ora, o que os cidadãos querem é que o país funcione melhor, que lhes facilite a vida. Esse é o critério que conta.
Ora, estamos e temos estado, nas mãos de incompetentes. O verdadeiro combate político passa pela luta contra essa ineptidão. O Zé que vê a sua companheira esperar às portas do Serviço Nacional de Saúde até já não haver solução não pensa na cor do gato que está no governo. Fica convencido, isso sim, que a incompetência mata os pobres. A Maria, que aos 26 anos ainda anda à procura do primeiro emprego, depois de vários estágios faz-de-conta, compreende agora que o sistema educativo não a preparou para a vida. A incompetência do sistema público de educação dá cabo da vida aos jovens pobres, sem no entanto beliscar o futuro dos filhos dos ricos. E dos políticos…
E assim sucessivamente.