Restos estalinistas
Os países a montante dos grandes rios da região, têm recursos aquíferos abundantes. Mas não têm electricidade em quantidade suficiente. Os que se encontram a jusante, têm gás e petróleo. Sofrem, contudo, de falta de água. Outrora membros da União Soviética, hoje não se entendem. Esta é a sina dos Estados da Ásia Central, do Casaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. Quatro milhões quilómetros quadrados, 61 milhões de habitantes, vastas estepes, montanhas a furar os céus, temperaturas extremas.
Está em curso uma tentativa, por parte das Nações Unidas, para criar condições de confiança política entre estes vizinhos, que são também paredes meias com o Afeganistão, a China, situam-se nas paragens do Paquistão e dos fundamentalismos, e estão na rota do ópio.
Esta parte do globo está a tornar-se uma zona estratégica importante. É, além disso, uma zona fascinante, berço de grandes culturas, belezas naturais únicas, e de um grande exotismo. Estive em contacto com Asgabate, a capital do Turcomenistão. Um longa conversa. A tentar perceber o que se pode fazer nesse mundo. Nada fácil, que a zona continua muito influenciada pela maneira de encarar as coisas que era própria dos anos de Estaline. Será possível mudar as mentalidades e promover a cooperação política que a região precisa?
Entretanto o Mar Aral vai desaparecendo, os glaciares estão a derreter-se, o meio ambiente a degradar-se. A vida dos cidadãos é cada vez mais difícil. Os ditadores fecham-se nos seus palácios, rodeados por cortes de homens-eco.