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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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A decapitação do Estado Islâmico

O grupo terrorista Estado Islâmico anunciou hoje o nome do seu novo “Califa”, bem como do novo porta-voz. Não sabemos ainda quem se esconde por detrás dos nomes anunciados, quem são de facto essas pessoas. O tempo dirá.

Mas haverá duas verdades que convirá ter em conta.

Por um lado, nos últimos meses, muitos dos seus principais líderes foram eliminados. Chama-se a isso “decapitar” a organização, destruir o seu núcleo dirigente. O impacto dessas acções de decapitação é difícil de medir. Existem várias dissertações sobre o assunto, com conclusões divergentes. Apesar disso, deve reconhecer-se que a morte desses dirigentes deve ter abalado profundamente a organização, sobretudo nesta fase de acumulação de derrotas. Creio poder dizer, sem grandes hesitações, que a estrutura existente na Síria e na fronteira com o Iraque está bastante esfarrapada.

A outra dimensão tem que ver como as ameaças futuras. Seria um erro pensar que, depois de todos estes assassinatos, a organização deixou de ter capacidade para planear e levar a cabo atentados terroristas. O perigo continua a existir, na Síria, à volta da Síria e para além da região. Existem células clandestinas e existe um meio social e político propício a este tipo de radicalismo extremamente violento, vingativo e fanático. Por isso, a luta contra o Estado Islâmico não pode, de modo algum, ser dada como ganha.

E aqui convém lembrar que os aliados mais efectivos na prossecução desse combate são os combatentes curdos na Síria. A Europa, e não só, tem que mostrar que é fiel à aliança que precisa de manter com essas milícias curdas.

 

Os burros e as saias

Quando uma parte da elite intelectual se entretém com reflexões sobre um homem de saias, podemos ter a certeza que algo está muito mal, neste nosso pequeno canto do mundo. Rimos e espraiamo-nos na parvoíce, como se procurássemos fazer chorar as pedras da calçada. Uma boa fatia da nossa classe intelectual é, pura e simplesmente, bacoca.

As várias manifestações em curso

Nos últimos 17 dias, o meu mundo tem estado muito focalizado no joelho direito. Primeiro foi a operação, depois as alterações temporárias ao estilo de vida ou ainda o cérebro a tentar entender, a todo o gás, sobretudo durante a noite, como se deve relacionar com o corpo estranho que substituí o joelho. Ou seja, uma condição absorvente, que pouco espaço deixou para outras actividades.

Apesar de tudo, fui acompanhando o muito que está a acontecer na cena internacional. Temos, na verdade, uma actualidade rica em acontecimentos, uma espécie de convite ininterrupto para uma reflexão sobre o mundo de agora. Um mundo que nos surpreende a uma velocidade superior à que estávamos habituados. Este é um momento de grande interesse para quem analisa as relações internacionais e os alinhamentos em curso, as novas manifestações de poder e as questões do relacionamento do povo com as suas elites. É também um período de profunda preocupação para muitos.

Entre essas preocupações, vários analistas, em diversas partes do nosso horizonte “ocidental”, têm dedicado uma atenção muito especial às manifestações de rua que estão a ocorrer na América Latina, na Europa, em Hong Kong, nas cidades do Iraque ou na capital do Líbano, para mencionar apenas as mais evidentes. Procuram, nas suas reflexões, encontrar pontos comuns, que expliquem o mal-estar e que lhes permitam tirar conclusões genéricas. O ponto de partida, dito ou não, seria que existem fogos populares em várias partes do globo e que na sua origem estariam problemas idênticos: crises económicas, altas taxas de desemprego, custo de vida inabordável, desigualdades sociais que se acentuam, pessimismo em relação ao futuro e elites desconectadas dos cidadãos.

É evidente que cada situação tem o seu próprio contexto político e social. Comparar o que se passa em Hong Kong com as manifestações populares em Beirute não será tarefa fácil. Como também não será coisa simples traçar um paralelo entre os protestos que se vivem em Santiago do Chile e a revolta dos Gilets Jaunes em França. Acho, no entanto, que é meritório tentar comparar as coisas. Cada revolta, cada manifestação de massas contém ensinamentos que podem ser de grande utilidade para a compreensão de situações semelhantes. Além disso, é óbvio, em cada caso, que a comunicação entre os manifestantes se faz através de plataformas sociais. Esse é, aliás, o ponto comum mais evidente. Mas mesmo assim, haverá que estudar as mensagens e a utilização que é feita de cada plataforma.

A justiça e a política

Não podemos ser a favor de um Estado de Direito e, em simultâneo, pensar que a política está acima das leis, das regras jurídicas e dos mecanismos de administração da justiça. A política deve ser feita dentro de um quadro legal claramente definido. E os políticos têm que estar conscientes que, se pisam a linha da ilegalidade, deverão ter que prestar contas. Essa prestação de contas far-se-á perante juízes devidamente mandatados para o fazer. Quando isso acontece, não se poderá falar de judicialização da política. Dever-se-á, isso sim, dar graças ao sistema que temos, que permite colocar perante um juiz um político que, de uma maneira ou outra, abusou do mandato democrático que lhe foi concedido.

Tudo isto pressupõe, como é fácil de entender, que existe uma magistratura independente, competente e auto-disciplinadora. Para a saúde da democracia, é fundamental que os juízes tenham um estatuto que os proteja, uma preparação adequada e mecanismos próprios para limpar, no seu seio, o trigo do joio.

 

 

A situação em Espanha

Quando o vizinho da porta ao lado tem problemas muito sérios em casa, a prudência aconselha a que não nos metamos no assunto. Excepto, claro, se o vizinho pedir ajuda ou se for um caso de vida ou de morte.

Esta deve ser a posição do governo português no que respeita à Espanha e aos problemas que existem na Catalunha. Trata-se de uma situação extremamente complexa, para a qual os vizinhos terão que encontrar a melhor solução, no quadro das leis e das regras da democracia que existem no país.

A Espanha é um Estado de direito, um país democrático e uma sociedade complexa, tão complexa como o mostrou a Guerra Civil de há 80 anos. Meter uma colher externa numa das questões mais sensíveis do tecido político espanhol exigiria igualmente uma imparcialidade total. É essa imparcialidade que não descortino nas análises e nos comentários que por aí se fazem.

O comentador Labaredas

O meu amigo tem a crítica fácil. Escreve e fala de uma maneira inflamada. Acha-se mais vivaço que os outros, mesmo quando os outros já nos deram grandes provas de coragem, de capacidade estratégica e mostraram resultados concretos.

Disse-lhe que assim, com esse afogueamento, só convence parolos. E expliquei-lhe, como amigo mais velho, que nas minhas análises, o ponto de partida é sempre o de tentar ver o que esteve na base da decisão estratégia e da acção dos outros. É que eles lá terão as suas razões. Parvos é que eles certamente não são.

O diálogo é a chave do sucesso

O diálogo continua a ser, na política e no quotidiano das pessoas, a melhor receita para resolver problemas e criar as condições necessárias para a paz social. Dito isto, reconheço que o busílis da questão é a falta de vontade para dialogar. Essa ausência tem muito que ver com o facto de que o sistema educativo e a prática social não nos prepararam para o debate de ideias, de modo construtivo. A nossa tendência é para que acreditemos mais na força e na intimidação do que nas soluções negociadas. Sendo assim, quem detém o poder deverá sentir que tem a obrigação de promover o diálogo. A verdadeira liderança manifesta-se e afirma-se quando, apesar de ter o controlo da força, consegue estabelecer plataformas de negociação. Liderar, no mundo de agora, significa saber criar mecanismos de consulta, de debate e de consenso.

Os charlatães que por aí andam

No campo das ideias, uma das grandes frentes de batalha actuais é a luta contra os charlatães. Eles andam por aí. Na política, na vida académica, na comunicação social, nas redes sociais. São os “Narcisos” de agora. Têm sempre uma solução para tudo e mais alguma coisa. Alguns, inventam estatísticas e factos, para dar mais credibilidade às suas teorias e discursatas. Impressionam pela mentira e pelo teatro. Enchem plateias, porque existe sempre gente disponível para acompanhar a exibição e fazer parte do show.

Por isso, o espaço para o contraditório tem que ser garantido. Em todas as áreas que importam para a vida pública. Através do comentário honesto e informado. Também, por meio de colunas e rubricas de detecção de mentiras. Os jornais de referência têm aqui uma responsabilidade especial: devem ajudar os leitores na identificação de mentiras e dados falsos. Esta é uma nova área de jornalismo, numa altura em que as “notícias falsas” passaram a ser moeda corrente.

A governação que se anuncia

O novo governo de António Costa vai seguir uma política de equilíbrios, à esquerda e à direita. Tem habilidade para o fazer. A questão que resta é a de saber se certas medidas de fundo, que têm sido constantemente adiadas, serão ou não postas na agenda governativa dos próximos anos. Por exemplo, a desburocratização e a capacidade de resposta da administração pública, a política do mar e das águas interiores, o apoio à economia digital e do ambiente, a reforma dos serviços de segurança e de ordem interna, a justiça, e outros que tantos. Ou se a habilidade diz apenas respeito a uma navegação em mares pouco profundos. Com a linha de costa à vista.

Contra o extremismo político

Extremismo político é sempre mau. Mas, existe. Penso, no entanto, que as nossas sociedades europeias são suficientemente maduras, do ponto de vista democrático. Sabem, por isso, como tratar os extremismos, empurrando-os para as franjas do espectro político. Mesmo assim, é fundamental denunciar de modo permanente os erros, exageros, falsidades e perigos que esses extremistas defendem. E não esquecer que do extremismo ao populismo não há mais que um pouco de caminho a percorrer. E aí, sim, encontramos um risco muito grande.

É preciso tratar destas coisas com inteligência e militância. Não dar tréguas às ideias ultra-radicais e contrárias aos interesses nacionais. E nunca esquecer que os cidadãos gostam do bom senso e da verdade. Detestam, cada vez mais, os chavões, as brigas de recreio infantil, as reacções parvas, o barulho das palavras ocas. E quando estas coisas são transmitidas em directo, na televisão, o caldo ainda fica mais entornado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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