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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Também existe uma política limpa

As notícias dos últimos dias, sobre corrupção em larga escala e todas as suas ramificações, têm levado alguns dos meus amigos e conhecidos a dizer que os políticos são todos uma boa porcaria. Uns mãos sujas, de tanto as meterem no saco dos dinheiros públicos.

Perante isso, e aceitando que haja muito motivo para muita indignação, queria aqui pedir que não se generalizasse. Ainda há gente que anda na política por acreditar em ideais e por dedicação às causas públicas. Ainda há quem lute pelo bem comum.

O que é fundamental é que haja separação de poderes na vida política, instituições fortes e eficazes, e muita transparência. A corrupção começa a aparecer quando essas coisas falham e quando o poder é apropriado por caciques, por sociedades secretas e por oportunistas, os fulanos e as fulanas que vivem à sombra dos chefes eternos

Donald Trump e nós

Donald Trump completa agora três anos de presidência. Por coincidência, o processo da sua eventual destituição começa amanhã no Senado. É quase certo que não será destituído, porque não há uma maioria suficiente para que isso possa acontecer. O clima político está profundamente radicalizado. Os senadores irão votar com base em posições partidárias e não terão em conta o mérito ou desmérito dos argumentos contra o Presidente. Donald Trump continuará na Casa Branca e irá tentar tirar um imenso proveito político da tentativa de destituição. Saberá fazê-lo, não tenho dúvidas.

Será o candidato oficial do seu partido nas presidenciais de Novembro. Olho para o lado oposto, para quem possa ser o possível contendor vindo do Partido Democrata, e não vejo quem possua a genica suficiente para ameaçar a reeleição de Donald Trump. Olho também para o panorama político que existe agora nos Estados Unidos e fico ainda mais convencido das dificuldades que qualquer um dos possíveis candidatos democratas terá que enfrentar.

Donald Trump tem aprofundado as fracturas existentes na sociedade americana. Vai continuar a fazê-lo. Sabe jogar nesse tabuleiro, que é o tabuleiro da divisão e do antagonismo. Fala e pensa como muitos dos cidadãos falam e pensam, cidadãos que vêem as mudanças sociais e o mundo como ameaças aos seus interesses. Quando existe medo do futuro, o homem forte, com voz grossa e frases brutais, tem imensas hipóteses de ser escutado. É, à partida, um ganhador.

Os americanos decidirão. Mas essa decisão tem um impacto bem maior do que o limitado pelas fronteiras dos Estados Unidos.

O meu conselho, para quem tem responsabilidades políticas na Europa, é muito directo. Contados a partir de hoje, são mais cinco anos de imprevisibilidade à moda de Donald Trump. A resposta europeia deve passar por um reforço da unidade no seio da UE e por um afastamento discreto, que não diga o seu nome, mas determinado, da política americana. Quanto mais depressa isso acontecer, quanto mais fortes nos tornarmos, mais resguardados estaremos das surpresas que Donald Trump nos poderá criar.

 

 

As ditaduras e a corrupção

A investigação levada a cabo por umas boas dezenas de jornalistas de vários países sobre certas práticas empresariais de Isabel dos Santos veio confirmar algo que eu não me canso de repetir. A corrupção ao mais alto nível é uma das consequências dos regimes autoritários e ditatoriais. Em África, na Rússia, no Médio Oriente, em várias partes do mundo.

A democracia, a liberdade de imprensa e a independência do sistema de justiça são os remédios adequados para combater a corrupção. Se não existem, se não funcionam, há corrupção de certeza. E da grande, que é essa que nos traz aqui e que tem um impacto estrutural, ao nível macro.

Um dos meus amigos africanos passa os dias a falar sobre o futuro brilhante que África tem pela frente. Refere o dinamismo dos jovens africanos, as elevadas taxas de crescimento económico, os investimentos vindos da China e do Médio Oriente, o potencial agrícola, das indústrias extractivas e de transformação, etc, etc. Mas nunca menciona a questão da corrupção. Ora, esta, a má governação para fins de benefício pessoal, é o principal factor que impede o desenvolvimento. E que leva a toda uma série de situações de insegurança que se vivem no continente africano.

Em África, como também noutros continentes, é óbvio.

Livremente à deriva

Na política, o ridículo mata a credibilidade de qualquer partido. Quando ao ridículo se junta a hesitação, a dissensão e luta entre personalidades, estamos prontos para o enterro da organização. O que resta, no melhor dos casos, é uma múmia, uma curiosidade histórica ou uma referência anedótica.

O Livre parece ser uma ilustração do que acima escrevo. O Congresso que agora está a decorrer ficará conhecido, receio, como o velório de uma ideia. Uma ideia que até poderia ter tido asas, se a águia fosse outra. Embora também reconheça que não se tratou apenas de uma questão de falha de liderança. Na verdade, o espaço político na área que pretendiam ocupar está muito fechado. Teria sido necessário uma argúcia excepcional, que obviamente não existiu nem está a surgir.

 

 

 

A diferença que a imaginação faz

Na minha perspectiva, um académico é diferente de um pensador. Não digo filósofo, que isso está um bocado fora de moda, pelo que uso a palavra pensador.

O académico tem a obrigação de ser objectivo, factual. Deve estudar a fundo, ler milhares e outros milhares de linhas sobre o tema que está no centro dos seus estudos e acrescentar conhecimento ao que já existe. Muitos não o conseguem fazer. Limitam-se a resumir o que outros já disseram, a repetir o que já foi foi explorado. Um bom número dos académicos que por aí andam caiem, aliás, nessa categoria de papagaios com excelentes capacidades de memorização. Dantes, chamar-lhes-ia gravadores, agora terei que dizer que são uma espécie de scanners ambulantes. Acreditam que a erudição é a mesma coisa que o conhecimento. E como há muitos tapados que também vêem a vida académica assim, acabam por ter algum reconhecimento, que é uma palavra que se pode confundir com conhecimento.  

O pensador é acima de tudo um criativo. Vive no mundo da imaginação, das hipóteses, dos cenários possíveis, da prospectiva. A academia é, para ele, uma plataforma para levantar voo e nada mais. O pensador é como que uma águia que vê a vida a partir de um ponto perdido no espaço, muito alto e amplo. Mas, contrariamente à águia, não anda à caça de coelhos desprevenidos. Não liga a essas minudências. Anda, isso sim, à procura de novos horizontes, a abrir novos destinos.

 

O frio que por aí anda

Uma parte dos meus amigos em Portugal está com gripe. Alguns, com broncopneumonia. Sem contar, claro, com os que tremem de frio. Aqui, nestas terras mais gélidas do Norte da Europa, não tenho, nas minhas relações, quem esteja em situações similares.

Só posso desejar boa e rápida recuperação aos que dela precisam, nas terras lusas.

 

O custo da habitação deixa-me boquiaberto

Certos valores pedidos pelas casas e outras propriedades em Portugal são absolutamente incompreensíveis. Comparativamente, é muito mais caro comprar uma habitação de qualidade no nosso país do que em Bruxelas, por exemplo. Mais ainda, o conforto dos bens que o mercado oferece em Bruxelas, ou noutras regiões da Bélgica, é incomparavelmente maior ao que existe disponível em Portugal. O mesmo se passa se a comparação for feita com o mercado alemão ou com o que aparece à venda em grande parte dos departamentos franceses.

Estranho país. Será que haverá por aí muito dinheiro que precisa de ser reciclado? O sector imobiliário sempre lava mais branco.

As nossas vacas sagradas

Uma das conclusões que retirei da minha última viagem à Índia é que não serve para grande coisa ser-se uma vaca sagrada. As pessoas passam ao lado, continuam preocupadas a tratar da sua vida e o bicho anda por ali a vaguear, intocável mas sem qualquer tipo de influência. Dir-se-ia, em muitos casos, que se tornaram invisíveis, apagadas pela azáfama do quotidiano. 

Lembrei-me disto ao ver as nossas pretensas “vacas sagradas”, sobretudo as políticas, a serem ignoradas da mesma maneira. Os cidadãos, tal como na Índia, pouco ou nada lhes ligam. Elas continuam a aparecer nos lugares públicos, mas a veneração que o “sagrado” lhe dera noutros tempos parece ter desaparecido. O que conta, agora, é lutar pelo dia a dia e evitar as burocracias que têm muito pouco de espiritual. 

Só se ganha no fim

Optimismo, força de vontade e convicção são características fundamentais para quem anda na liderança política. Mas não devem ser confundidas com arrogância, menosprezo e chacota do opositor. Estas e o excesso de confiança levam à derrota.

Tratar a imprensa com aspirinas

No jornalismo, como em muitas outras áreas, a concorrência é enorme. É fácil encontrar um semanário ou um diário que se transformou num poço sem fundo, a perder dinheiro, leitores e jornalistas a olhos vistos. Os poucos que medram fazem-no graças às assinaturas digitais e à qualidade dos conteúdos. The Economist é um desses raros exemplos de sucesso. Cada texto é escrito com seriedade, bem assente em pesquisas sólidas e sabe combinar informação com opinião. Tem poucas fotos, que custam caro, mas sabe jogar com a apresentação gráfica, de modo a evitar a impressão de páginas demasiado densas. Tem servido de inspiração a outras revistas, que procuram seguir um modelo semelhante.

À questão da concorrência junta-se a profunda revolução na maneira de comunicar. Entre outros aspectos, as novas gerações perderam o gosto pelo papel. Só sabem manejar os telemóveis e as plataformas digitais. E querem coisas rápidas, com conteúdo resumido e contadas como se se tratasse de um filme de acção. A própria televisão está ameaçada por estes novos hábitos. Os telejornais e os programas genéricos começam a ser coisas de gente de idade.

Vem tudo isto a propósito de uma nota que me fizeram chegar sobre a escassez de leitores das colunas de opinião que aparecem nos nossos jornais e revistas. As soluções propostas eram de outra época. Como também seria de uma outra época pensar que os subsídios públicos salvariam a imprensa e a diversidade de opiniões. Seriam, isso sim, meras aspirinas. As dores de cabeça iriam continuar, mesmo com uma dose reforçada.

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