Isto está feio e para durar
O que ainda não estava fechado, está a fechar agora. Incluindo aeroportos – aqui encerra o de Charleroi, também conhecido como Bruxelas Sul, para além do Nacional de Bruxelas passar a funcionar a 5% da sua capacidade – e as clínicas polivalentes. O médico de clínica geral só está autorizado a receber quem esteja doente de verdade, mas não com os sintomas do Covid-19. O resto é feito pelo telefone.
É cada vez mais claro que o confinamento está para durar. O discurso público, aqui nestas bandas, está a preparar as pessoas para o anúncio da continuação do período de fecho em casa. Compreendo. Como também compreendo o impacto profundo de tudo isto no sistema económico. Trata-se de um choque como nunca aconteceu. É a economia e o comércio globais que estão sob uma ameaça devastadora. Não é a globalização que é posta em causa, são as pessoas e as empresas. Por isso escrevia ontem que é absolutamente fundamental que desde já se formulem os planos de recuperação económica e que, também a partir de agora, se injecte dinheiro nas empresas e se ponham em funcionamento meios de auxílio às famílias mais afectadas. Os desafios são claramente dois, e mais nada. Responder ao vírus e salvar o tecido económico, incluindo a garantia de subsídios às famílias dependentes do sector privado. Estas são as prioridades. Os líderes não podem falar de uma sem mencionar o que irão fazer com a outra.