Perplexidades
Amigos meus, que vivem em países pobres, estão estupefactos, ao ver a fragilidade das sociedades mais avançadas. Nunca haviam imaginado que uma pandemia pudesse acontecer nas nações europeias ou nos Estados Unidos. E que pusesse de pantanas esses países, gerando uma enorme confusão e novas vagas de empobrecimento. Se há alguma coisa que mudou, foi a percepção que existia sobre a capacidade de resposta da Europa e da América do Norte perante uma calamidade sanitária. Ficou agora a ideia que os gigantes têm, afinal, pés de barro. E pouca capacidade para equacionar as respostas estratégicas, face a uma crise de grandes dimensões. Vistas de longe, o fecho das economias e o aferrolhar dos cidadãos nas suas casas, parecem medidas drásticas e precipitadas, um passar do oito para oitenta, uma corrida desorientada, sem que se contemplassem etapas intermédias e soluções menos dramáticas.