Perdido no Mar da Net
Ontem à hora do jantar, pedi à companhia belga que me fornece os serviços de telecomunicações que procedesse à rescisão do meu contracto no final deste mês. A funcionária, do outro lado da linha, foi de uma eficácia que me deixou os cabelos em pé e à beira do colapso mental. Ou seja, cortou tudo, de imediato, sem esperar pelo primeiro de Junho. Num instante, fiquei náufrago no oceano da internet, desconectado do mundo. Senti-me como um Robinson Crusoe dos tempos modernos.
Notei o erro sem demoras. Telefonei de volta, através de um número que está fora desse circuito, mas já era tarde. A partir das 20:00 horas não há resposta a questões comerciais. Com a ajuda da minha filha e depois de muitas tentativas, consegui chegar a um chefe de serviço, por volta das 21:00. Disse-me que sim, que estava a ver o erro, que iria providenciar para que fosse reparado sem demoras. Nestes tempos de Covid e de mudança, não se pode estar sem comunicações, sem internet, acima de tudo. Foi muito rápido, no que respeita à factura dos custos da reposição do serviço. Cinco minutos depois, a conta já estava na minha caixa de correio. Mas nada de reposição do serviço. O mundo para lá do horizonte pareceu ainda mais distante, inteiramente fora do alcance do novo Robinson.
Hoje, logo pela manhã, voltei a telefonar. Disseram-me que sim, que tinha sido bom que eu os tivesse contactado tão prontamente, ontem à noite, antes que o corte se tornasse final. Fiquei feliz com a informação, mas profundamente infeliz quando acrescentaram que a ligação seria estabelecida entre hoje e amanhã. O que havia demorado uns segundos a desligar, iria demorar dois dias a ligar. Robinson Crusoe diria que Proximus ainda não chegou ao ano 2020 e à época do Covid.