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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Passar por Olhão e ver o desastre que é

A zona de Olhão deve ser um dos municípios mais feios e urbanisticamente caóticos do Algarve. É um espelho da falta de cuidado, do deixar andar, da especulação imobiliária e da incompetência de muitos de nós. Faz pensar no terceiro mundo. Uma vergonha, numa terra que tinha todas as condições para ser uma terra bonita e atractiva.

 

Pelo Algarve

O Algarve é uma terra de contrastes. Muita gente pobre lado a lado com muita gente rica. Áreas modernas e sofisticadas na vizinhança de ruínas e desleixo. Estrangeiros e naturais da terra, um pouco por toda a parte. Um povoamento e uma ocupação do território que nada tem de sustentável. Um clima e uma paisagem que mereciam um ordenamento completamente diferente. Uma ilusão num país que tem muita falta de realismo e de dirigentes capazes de aproveitar o muito que a natureza nos deu.

Um verão diferente

Este é período do ano em que costumo fazer as malas para passar uma ou duas semanas com as filhas e as suas famílias. Desta vez, porém, uma parte da família não pode viajar, por constrangimentos ligados à pandemia e à obrigação de quarentena. Parece estranho, mas tudo é diferente este ano. A dois dias do fim do mês, poucos são os que estão a fazer planos para Agosto. Sobretudo na parte da Europa onde a minha filha mais velha circula e vive. A incerteza paralisa as pessoas. E a economia, obviamente. Sobretudo a das pequenas empresas, dos serviços e do turismo, ou seja, sectores que são fundamentais para o emprego e os rendimentos de muitas famílias.

A situação continua a ser muito grave

Os números de infectados pela pandemia estão de novo a subir, em vários países europeus. Estes surtos têm levado à adopção de medidas de controlo e a decisões sobre quarentenas que não estão a ser bem recebidas pelas populações. No Reino Unido, por exemplo, as alterações de um dia para o outro, no que diz respeito à necessidade de quarentenas, tem baralhado as pessoas, afectado os mercados financeiros e criado novas dificuldades para áreas importantes da economia. Também provocam tensões políticas entre Londres e outras capitais europeias.

A verdade é que a pandemia continua activa e que a prudência deve ser a linha mestra a guiar a actuação de cada um de nós. É igualmente verdade que os impactos ao nível económico e psicológico são enormes. Estamos a entrar num processo de ruína, para muitas empresas. A duração da crise torna a recuperação muito mais difícil. E acabará por ter uma influência muito negativa nas finanças públicas e na solvabilidade do sistema bancário. Os bancos estão a acumular créditos incobráveis. As garantias desses créditos são projectos inacabados e impossíveis de transformar em dinheiro.  

Ao nível psicológico, preocupa-me sobremaneira as crianças que não podem ir à escola e que estão isoladas nas suas habitações, com pouco ou nenhum contacto com outras crianças das suas idades.

Temos que estar cientes que o choque é enorme e que vai demorar um tempo longo para poder ser absorvido. Assim, quanto mais responsáveis e cuidadosos formos no nosso dia a dia e nas nossas actividades sociais melhor. É a contribuição que se espera de cada um.

Uma política externa sem coerência

O meu texto de ontem no Diário de Notícias tinha várias mensagens, o que na realidade era excessivo para um escrito com um limite máximo de caracteres não muito alto. Para além do resto, a mensagem fundamental era simples: existe um risco de descarrilamento e conflito na competição por hegemonia entre os Estados Unidos e a China. Essa competição está a agravar-se e nenhum dos lados quer dar parte de fraco. Existe, além disso, o risco da Europa ser apanhada na engrenagem deste processo de confrontação aberta. Seríamos arrastados para uma crise grave que não é no nosso interesse.

A Europa deveria definir uma política externa mais clara e independente, face às duas potências em disputa. Infelizmente, não existem condições para que isso aconteça. A política externa europeia continua dividida, quer no que respeita à China quer aos Estados Unidos. Fica, assim, enfraquecida e vulnerável às pressões vindas de um lado e do outro. Sobretudo, às que vêm de Washington.  

A Europa entre os Estados Unidos e a China

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/25-jul-2020/da-distancia-social-a-politica-12464512.html?target=conteudo_fechado

Este é o link para o meu texto de hoje na edição em papel do DN. 

Voltarei ao tema. Parece-me particularmente importante. E não é apenas uma questão de competição comercial. 

Notas actuais

Quem parte de férias, em vários sítios da Europa – para já, não são muitos os que partem, nem estão a sair para muito longe, que este ano está tudo de pantanas e as coisas podem mudar de um momento para o outro – tende a esquecer-se que existe uma pandemia. Por isso, os números dos infectados estão de novo a subir. Os governos não querem ordenar um novo confinamento geral. Mas estão preocupados. Vamos assistir a um apertar das regras e a confinamentos localizados.

Por outro lado, é cada vez mais evidente que o choque económico é muito profundo. A recuperação vai demorar muito tempo. Isto significa que será preciso encontrar maneira de responder às dificuldades que muitas famílias terão que enfrentar. Ou seja, estamos a falar de programas sociais que exigirão recursos financeiros extremamente elevados. Esta foi uma das conclusões a que chegaram hoje, nos Estados Unidos, muitos dos membros do Congresso. Foi igualmente a preocupação subjacente durante a cimeira dos líderes europeus em Bruxelas.

E quando se diz que vai demorar muito tempo para recuperar ninguém ousa ser mais preciso. O horizonte temporal poderá ser de anos.

Breves notas sobre a cimeira europeia

Deixo-vos de seguida alguns comentários que fiz sobre os resultados da Cimeira europeia dos últimos dias. 

  1. Os montantes aprovados, quer no que respeita ao plano de recuperação quer ao orçamento da Comissão Europeia para os próximos sete anos (2021-27) são gigantescos. Por isso, será mais adequado falar cuidados intensivos do que um balão de oxigénio. E, de facto, certos países, aqueles que são mais frágeis do ponto de vista económico e que foram duramente afectados pela pandemia, precisam de verdadeiras transfusões de capital, para poderem evitar situações de colapso social e de falência empresarial e dos serviços públicos.
  2. É sempre mau falar de vencedores e vencidos, quando se trata de acordos entre Estados, sobretudo no quadro de um projecto comum como é o da União Europeia. Teoricamente, ao aprovar o acordo os dirigentes mostraram que houve uma aproximação de posições e que cada país considerou que o acordo tem em conta os seus interesses nacionais. É uma questão de compromisso. A Europa faz-se com base em compromissos, na base do dar e receber. Mas, na verdade, assistimos a uma vitória relativa do grupo de países que tinha o Primeiro-Ministro holandês como ponta de lança. Também se deve notar que certos programas de modernização e de transformação, que são geridos directamente pela Comissão Europeia, foram seriamente reduzidos. Um exemplo é o Fundo para a transição ecológica, que passou de 37,5 a 17,5 mil milhões de euros.
  3. A consolidação do Estado de Direito, que é outra maneira de dizer democracia, boa governação e respeito pelas minorias, é uma dimensão fundamental da UE. A Europa dos 27 tem de ser um exemplo em termos de direitos dos cidadãos, da liberdade de opinião e da separação dos poderes na esfera política. Qualquer enfraquecimento nestas áreas é um retrocesso. Põe em causa um dos aspecto mais nobres do projecto europeu e diminui a sua autoridade moral, quer interna quer externa, na arena internacional. Tentar dissociar estas questões dos direitos humanos das matérias económicas e sociais é uma manobra política manhosa, que não pode ser aceite. É preciso que se diga e repita isto. Sem valores democráticos a Europa perde a sua identidade política.
  4. As relações da Europa com a Rússia e com a China são questões fundamentais. Como também o é o relacionamento com os Estados Unidos. Neste momento, ainda há muito por definir nesta área. É preciso ter uma compreensão comum do que significa o reforço da soberania europeia. Esse trabalho está por fazer. Sou dos que insistem que é preciso olhar para essas potências com um olhar novo e muito mais estratégico. Não pode ser uma questão de alinhamento ou de antagonismo cegos.
  5. A Europa é um projecto político em construção. Tal como as grandes catedrais, vai demorar muito tempo a construir. Temos ainda grandes disparidades de desenvolvimento e de eficiência entre os países. Como também existem velhos preconceitos, ideias feitas sobre os outros povos europeus, vizinhos do pé da porta ou de um pouco mais longe. Tudo isso precisa de uma atenção política e cultural muito activa. A verdade é que essa atenção quase que não existe. E daí surgirem os fossos e as atitudes que conhecemos e que, em boa medida, explicam o que se passou nesta cimeira.

 

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