O golpista
O que se passa nos Estados Unidos é muito preocupante. Uma semana após o dia das eleições, Donald Trump e uma boa parte dos líderes Republicanos continuam a não aceitar os resultados eleitorais. Inventam toda uma séria de pretensos casos jurídicos, que sabem não ter mérito, mas que têm a vantagem de pôr em dúvida a credibilidade do processo eleitoral. Trump não quer ficar com a imagem de um presidente que perdeu as eleições. Isso esfrangalharia o seu ego imenso. Tem de basear os resultados em actos fraudulentos, que na verdade não existiram.
Agora resolveu, como qualquer golpista clássico, atacar a independência da estrutura militar. Demitiu quem estava à frente do Departamento da Defesa e que havia mostrado um certa independência de acção. Nomeou, para os lugares deixados vagos, gente que lhe é inteiramente dedicada. Alguns deles são racistas declarados e extremistas reconhecidos. Ao fazer o que está a fazer com a Defesa, Trump parece querer instrumentalizar as Forças Armadas, criar condições para as poder utilizar na defesa da sua usurpação do poder. Podemos ter aqui um enorme problema.