Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. O texto começa assim:
"A minha neta e os seus colegas de turma estão na casa dos treze anos de idade. São a franja mais jovem do que se convencionou chamar de Geração Z, os nascidos, já com um telemóvel na mão, entre 1995 e 2010. Frequentam uma escola belga que está inserida num meio internacional. Há alunos de várias nacionalidades. Tendo presente o contexto físico em que a escola se situa e o facto dos pais estarem em geral ligados a questões de defesa, seria expectável que estes adolescentes tivessem a questão da Ucrânia e os receios que Vladimir Putin causa como temas principais das suas conversas e preocupações. Não é assim."
A emigração está de novo a ser a solução de futuro para os nossos jovens. E também para os imigrantes estrangeiros, que depois de haverem passado o tempo mínimo no nosso país, o necessário para obter os documentos portugueses, emigram para a Alemanha, a Bélgica, o Luxemburgo, etc.
O programa de estágios, financiados a 50% pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP, I.P.), um serviço público pago pelos nossos impostos, é uma farsa. Os empregadores recebem os estagiários durante uns meses, a metade do custo. Quando termina o prazo, correm com eles e recomeçam com uma nova leva. Ou seja, em vez de estarmos a financiar a formação dos jovens, estamos a contribuir para o lucro das empresas. E o IEFP finge que não vê e o governo finge que não sabe.
A governação actual é cada vez mais um lançar de poeira para os olhos dos cidadãos. É uma administração que mistura incompetentes e farsantes com gente experiente mas sem grande autoridade.
Deve-se reconhecer que o drama que hoje aconteceu em Lisboa, no Centro Ismaelita, foi por todos tratado com muita serenidade e equilíbrio. A começar pela PSP, pelos dirigentes do Centro e pela própria comunicação social. É muito triste que tenham falecido duas pessoas, cuja dedicação aos outros era exemplar, como também é uma tragédia ser-se refugiado pobre numa sociedade completamente distinta da de origem. E o mundo está cheio de refugiados a viver em condições de grande desespero.
Xi Jinping ainda não teve tempo para telefonar a Volodymyr Zelensky. Mas o seu porta-voz mostrou que a decisão de Vladimir Putin de deslocar armamento nuclear para a Bielorrússia não foi bem recebida em Beijing. Isso e as informações que vêm de ambos os lados – a Rússia e a Ucrânia estão a preparar-se para combater e não para negociar – devem ter levado Xi a concluir que não há espaço político para uma iniciativa negocial. Mas tal não deve ser utilizado como uma desculpa para não falar com o presidente da Ucrânia. Antes pelo contrário. Depois de ter estado em Moscovo, Xi tem a obrigação de falar com Zelensky. A não ser que o alinhamento com Putin seja ainda mais intenso do que parece. A ser assim, estaríamos perante um erro político enorme, do lado chinês.
A situação social que se vive em França, à volta da questão da idade da reforma e do regime de pensões, é absolutamente incompreensível. Passar dos 62 anos para os 64 não é novidade nenhuma no resto da Europa. A idade da reforma, na maioria dos países, anda à volta dos 65 ou mesmo um pouco mais. Nesses países a questão é pacífica.
Este é link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. A crónica começa assim:
"Vivemos um período de frenesim diplomático, que foi acelerado pelo conflito que a Rússia abriu contra o Ocidente, ao invadir militarmente a Ucrânia. Há muito que as chancelarias não andavam numa azáfama tão intensa. É o desenho de uma nova relação de forças internacional que está em jogo."
No seguimento da visita de Xi Jinping, a liderança russa aumentou o volume dos ataques políticos contra os EUA. Sente-se amparada pelo grande vizinho do Oriente.
A retórica de hoje foi especialmente violenta e só nos pode deixar ainda mais apreensivos. Uma análise objectiva das acusações feitas pelo Kremlin, incluindo a invenção que a NATO e os americanos têm fábricas de produção de armas biológicas em território ucraniano, faz-nos concluir que estamos numa fase de aceleração do conflito e numa tentativa de envolver directamente os EUA na confrontação.
Isso pode fazer parte de um esquema para forçar o início de um processo de negociações, que reconheceria o status quo, ou seja a ocupação pela Rússia de territórios ucranianos. Há uma forte probabilidade de ser este o jogo russo. Mas também pode ser outro, um que leve a um alargamento do conflito.
No caso do Crédit Suisse quem perdeu, e bem, foram os acionistas e os detentores de obrigações emitidas pelo banco. Os accionistas viram o valor das suas acções passar de cerca de 12 Francos suíços (CHF) há dois anos para 0.88 CHF hoje. Nos últimos cinco anos, o valor dessas acções caiu 94.20%, ou seja, uma queda quase total. Quem sofreu agora uma perda absoluta foram os grandes detentores de obrigações, os detentores profissionais. O governo suíço declarou essas obrigações nulas, de valor zero. Esta decisão surpreendeu os mercados, que estão habituados ao princípio da segurança do capital facial das obrigações.
Para a economia suíça tudo isto é um grande golpe na imagem do seu sistema financeiro. Esse sistema é um dos três pilares da economia do país, sendo os outros o turismo e as indústrias de ponta, sobretudo a farmacêutica. Mostra que a supervisão bancária não foi feita de modo independente e competente. Ora, essas são duas características fundamentais para que o sistema bancário funcione de maneira correcta e inspire confiança.
A derrocada do Crédit Suisse mostra, uma vez mais, que nestas coisas de bancos e negócios não há nada que seja eterno e seguro. Os gigantes também cometem erros, embora tenham todos os recursos necessários para pagar os melhores conselheiros que o mercado pode oferecer. Mas nesta área, como na política e noutras, muitas vezes a opinião dos conselheiros é ignorada pelos líderes e a catástrofe surge, ao virar da esquina ou com o tempo. Os líderes de grandes instituições, tais como os líderes de grandes potências, pensam que são seres superiores e que, por isso, não cometem erros. A realidade é muitas vezes outra. Na economia e na política a prudência é a virtude mais importante.