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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Hoje, domingo, todos os domingos, na CNN

https://cnnportugal.iol.pt/videos/apesar-do-dilema-de-zelensky-contraofensiva-deve-acontecer-dentro-de-pouco-tempo/644ea8780cf2dce741b6ffad?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=ed-cnnportugal

A minha entrevista desta semana, aos domingos no noticiário das 18H00 da CNN P, está a atrair muita atenção. 

A NATO e a defesa da Europa

https://www.dn.pt/opiniao/da-defesa-europeia-da-sua-lideranca-e-dos-seus-desafios-cruciais-16253639.html

Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

Cito umas linhas, como de costume: 
"Borrell sabe que os americanos querem um líder na NATO que tenha uma visão mais ampla do papel da organização e que reconheça que a China acabará por constituir uma ameaça fundamental para os interesses ocidentais. Washington vê a China como o desafio determinante, e global, nos próximos anos. Quer, por isso, que a aliança com a Europa partilhe a mesma visão. Mas para além da falta de meios militares, os países europeus devem enfrentar ameaças na sua vizinhança, bem mais à porta de casa: a Rússia de Vladimir Putin e dos que na Rússia pensam como ele; a instabilidade no Médio Oriente e no Grande Sahel; e o terrorismo importado de sociedades onde impera um radicalismo fanático antiocidental. Esses são os três vetores que devem orientar a defesa europeia."

O patusco do Augusto

O Senhor Augusto Santos Silva é um patusco que por razões partidárias e compadrios é Presidente da Assembleia da República. Quem o conhece sabe que é um diamante à espera de ser polido. O problema é que muitos diamantes, uma vez trabalhados, saem com uma forma errada e acabam por ir para o caixote onde se guardam as pedras que apenas servem para cortar vidro.

Mas quem esteve com ele na Assembleia da República, naquela charla após o discurso do Presidente Lula da Silva, também é politicamente tosco. Aquilo parecia uma conversa de amigos, e não de personalidades do Estado, após uns aperitivos bem regados.

É este o nível de quem dirige algumas das instituições da República.

Perante isto, vou recomendar à minha porteira, que é viva como o diabo, que se candidate às próximas presidenciais. É preciso evitar que o Augusto tenha qualquer tipo de hipótese.

 

O Senhor Lavrov foi ao Conselho de Segurança da ONU

Sergey Lavrov foi à caça e voltou depenado. Ou seja, presidiu hoje à reunião do Conselho de Segurança da ONU, que havia convocado para tentar mostrar que o seu país é um grande defensor do multilateralismo. A coisa não correu como ele gostaria. À partida, Lavrov sabia que a reunião não seria fácil. Mas não estava à espera de que logo na abertura o secretário-geral das Nações Unidas viesse dizer, sem qualquer tipo de ambiguidade, que a Rússia tem estado a violar os princípios básicos da Carta das Nações Unidas e a provocar sofrimento e destruição na Ucrânia. Depois, vieram as acusações, no mesmo sentido, proferidas pelas embaixadoras dos EUA, do Reino Unido e da Suíça, e assim sucessivamente.

A intervenção de Lavrov não justificou nada e foi mesmo difícil de seguir. O ministro falou em russo, como seria de esperar, mas a grande velocidade, e a intérprete para a língua inglesa teve imensas dificuldades em acompanhar o ritmo. Assim, no momento, foi quase impossível compreender o que o ministro estava a dizer. Podia ter falado de modo mais lento, se de facto acreditasse na mensagem que trazia de Moscovo. Estava ali, no entanto, a fazer um frete ao patrão, e leu o texto com um tom e uma velocidade que mostravam que nem ele acreditava no que estava a dizer.

A sessão permitiu, em resumo, lembrar que estamos num momento muito perigoso da nossa história contemporânea. Também revelou que o Kremlin considera o Fundo Monetário Internacional como uma instituição hostil, algo que será certamente bem recebido por vários países fortemente endividados e totalmente dependentes da aprovação pelo FMI de programas de ajustamento financeiro. Esses programas têm normalmente um custo político elevado para os dirigentes de regimes corruptos ou irresponsáveis.

 

Lula da Silva e o ângulo positivo

O Presidente Lula da Silva está entre nós em visita oficial. As declarações que hoje fez na cerimónia de boas-vindas foram positivas. Fica-nos, no entanto, a impressão de que Presidente brasileiro é inconsistente. Quando visita a China diz uma coisa, depois em Portugal, sobre o mesmo tema da agressão russa contra a Ucrânia, diz algo completamente diferente. É um bocado ao gosto do cliente. Para nós, o que interessa é o dito em Lisboa. Esta é uma maneira de encarar a personalidade de Lula da Silva de modo positivo. Ganha-se mais com essa interpretação positiva do que com uma crítica negativa da sua política em relação à Rússia e à China. Acreditemos que o Presidente procura de facto encontrar uma via para a paz. O Brasil não tem um peso internacional suficiente para desempenhar um papel de liderança na resolução da crise criada pela Rússia. Mas é importante que apareça como um país do chamado Sul Global – um eufemismo que está na moda – preocupado com as questões da paz e pronto para intervir na procura de uma solução para uma guerra na parte mais desenvolvida do mundo.

 

Uma crónica da semana

https://www.dn.pt/opiniao/a-china-como-tema-central-e-o-resto-16213298.html

Este é o link para a minha crónica de hoje no Diário de Notícias. Cito, de seguida, umas linhas extraídas da mesma. 

"A visita de Sergei Lavrov também não ajudou. Ao ir apenas a Cuba, à Nicarágua e à Venezuela, para além do Brasil, Lavrov como que arrastou o Brasil para o círculo das ditaduras latino-americanas, um clube a que o país não pertence. Não há nenhuma comparação possível entre a democracia brasileira e esses outros regimes. A deslocação do ministro mostrou ainda que o apoio com que Moscovo pode contar na região nem chega aos dedos de uma mão. Para quem fala na construção de um mundo multipolar, a coisa soa a pouco."

Um clima de corrupção

Um amigo que sabe destas coisas disse-me que a classe política no poder está mais corrompida do que nunca. E isso passa-se quer ao nível nacional quer local. É tudo uma questão de compadrios, de abuso de poder, de obras e melhoramentos desnecessários, de funcionários recrutados sem que haja trabalho para executar. A burocracia, cada vez mais complexa, favorece as práticas corruptas. Inventam se exigências e requerimentos para justificar posições e postos de trabalho, bem como consultorias jurídicas e outras. As instituições que deveriam controlar estas práticas e evitar a corrupção não funcionam, não têm poder, não têm quadros. Esta corrupção ajuda-nos a compreender como é possível haver tanta gente a viver bem acima dos seus ordenados e dos seus rendimentos.

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