A União Europeia está a olhar para o desenvolvimento extremamente rápido da Inteligência Artificial (IA) a partir de dois ângulos: o impacto sobre o emprego e a desinformação. O segundo talvez seja mais importante que o primeiro, pelos riscos que traz para o bom funcionamento das democracias e a paz social. O emprego irá conhecer grandes mudanças, com a automatização acelerada de muitos postos de trabalho, incluindo funções tradicionalmente exercidas por pessoas com formação académica superior ou média. Mas para além destas duas áreas existem muitas outras preocupações. Ultimamente têm aparecido várias reflexões sobre o assunto. Espero tratá-lo no meu texto desta sexta-feira no Diário de Notícias.
Rafael Grossi, o director executivo da Agência Internacional de Energia Atómica, a autoridade máxima da constelação das Nações Unidas em matéria nuclear, reuniu-se hoje, uma vez mais, com o Conselho de Segurança da ONU. Disse estar profundamente preocupado com a situação em que se encontra a central nuclear ucraniana de Zaporijia, que está ilegalmente ocupada pelos militares russos desde março de 2022. Na realidade, a sua mensagem era extremamente preocupante, porque a central e os seus arredores continuam a registar actividades militares que põem em perigo a sua integridade e funcionamento. Os russos têm usado a central para guardar equipamento de guerra e verificam-se bombardeamentos frequentes à volta da mesma. Há mesmo quem pense que poderão provocar uma fuga radioactiva para obrigar à declaração de uma emergência, que levaria a um congelamento das actividades militares e impediria a execução da contraofensiva ucraniana. Estabeleceriam assim um “cessar-fogo” que lhes permitiria consolidar a sua presença nos territórios que ilegalmente ocuparam e, ao mesmo tempo, refazer a cadeia logística e a produção industrial de material bélico.
Grossi enumerou cinco princípios que deveriam ser respeitados pelas partes. Esses princípios são bastante claros e deveriam merecer de imediato o apoio do Conselho de Segurança. Trata-se, em resumo, de garantir que não haverá nenhuma operação militar que vise a central ou que tenha a central como ponto de partida, bem como a total desmilitarização dessa infraestrutura. Infelizmente, não creio que esse apoio seja obtido. Ou seja, continuaremos a ter em Zaporijia uma situação de alto risco.
Os partidos políticos que andam pelas ruas do poder são, tantas vezes, uma perdição. Quem por aí passeia anda à procura de benefício próprio, em muitos dos casos. E são esses que acabam por tecer teias entre eles e conquistar os lugares onde existe alguma autoridade, que é então utilizada para proveito próprio. A gente séria e preocupada com o fazer bem, com a resolução dos problemas que impedem o desenvolvimento do país e que arrastam muitas para a pobreza, essa gente séria acaba por não chegar a parte alguma. São excluídos, deixados nas margens, e acabam por deixar a política. O grande desafio é dar a volta a esta situação, denunciar os oportunistas e fazer chegar ao poder quem está na verdade interessado nas causas mais nobres.
Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias.
"Mas a realidade tem muita força. Enquanto se continuar a produzir 102 milhões de barris de petróleo por dia e a determinar o seu valor em dólares americanos, será muito difícil combater a dominância da moeda dos EUA. Mesmo tendo em conta o impacto mundial, bastante negativo, das lutas políticas entre Republicanos e Democratas sobre a gestão da sua dívida pública, como agora acontece. Mas é no nosso interesse, neste lado do oceano, dar a prioridade ao reforço internacional do euro. Esta é a mensagem que me parece mais apropriada na altura em que se comemora o vigésimo quinto aniversário do estabelecimento do Banco Central Europeu."
A dimensão fundamental no processo educativo dos adultos de amanhã é criar capacidade crítica. A manipulação das mentes será agravada com a utilização de instrumentos de Inteligência Artificial. As novas gerações devem estar preparadas para separar o trigo do joio, para levantar interrogações, para evitar teorias conspirativas e enganos.
Corrupção na política, nos partidos, nas autarquias. E responde-se com uma justiça que não tem meios. Tem apenas fachada, e não é das melhores. Mas que permite dizer: “Deixar à Justiça o que é da Justiça”.
A crise doméstica que os EUA estão a viver, por causa da discórdia política entre Republicanos e Democratas sobre as condições que cada lado exige para aprovar o aumento do tecto da dívida pública, é mais uma complicação muito séria que se acrescenta à já bastante complexa e perigosa situação internacional. A administração americana está a dias de se encontrar numa situação de insolvência parcial. A dívida pública representa cerca de 122% do PIB, uma situação que não é muito diferente da que existe em Portugal. Como noutros países desenvolvidos, o endividamento do Estado ultrapassou nos últimos vinte anos o limite da prudência, que anda à volta de 60% no que respeita ao rácio dívida/PIB. A dívida pública só cresce se houver quem queira emprestar dinheiro ao Estado. Os Estados, incluindo os mais desenvolvidos, gastam desenfreadamente, por várias razões políticas, incluindo para manter artificialmente os níveis de vida dos seus cidadãos. É mais fácil pedir emprestado que ter políticas acertadas que gerem riqueza e evitem desperdícios. E os políticos gostam das soluções fáceis.
Link para a minha entrevista ao extraordinário jornalista e homem de rádio que é Ricardo Alexandre, na TSF, no seu programa semanal O Estado do Sítio. A partir do minuto 21:20.