Um ou dois pontos sobre a situação na Ucrânia
A amabilidade da CNN P que me deu 7 minutos esta tarde.
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A amabilidade da CNN P que me deu 7 minutos esta tarde.
Ao olhar para o futuro, a ambição de África é estar inserida num mundo multipolar, com vários países importantes a dar o exemplo e comprometidos num sistema de cooperação que possa resolver os problemas de natureza plurinacional, as grandes questões regionais ou globais. Este é um tema que precisa de ser discutido e clarificado de modo positivo e sem rivalidades que levem a confrontações destruidoras. Deve, além disso, constituir uma oportunidade para reforçar as Nações Unidas, nas suas diferentes e múltiplas facetas.
Uma nova corrida para África (dn.pt)
Este é o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Trato da cimeira absurda que Putin organizou com alguns países africanos.
Cito umas linhas, como de costume: "Estamos a assistir a um novo despertar em relação a África. Neste contexto, é bom lembrar que existe agora uma outra realidade: os povos africanos sabem cada vez mais o que querem. Algo que eu resumo assim: respeito, segurança e um desenvolvimento sustentável."
"
O Níger é um país vastíssimo, mas terrivelmente árido e muito pobre. No Sahel, tem sido um exemplo em termos de equilíbrio étnico. Isto, apesar das ameaças dos grupos terroristas que operam na região e misturam extrema violência com banditismo e radicalismo primário. Niamey, a capital, tem sido o palco de uma série de conferências e encontros regionais, numa procura incessante de encontrar maneira de acabar com a insegurança em todo o Sahel. As últimas eleições presidenciais, que ocorreram em fevereiro de 2021, foram consideradas como correctas. Desde então, Mohamed Bazoum tem sido um presidente equilibrado, dedicando uma atenção muito especial à educação das raparigas, à igualdade entre os homens e as mulheres, ao controlo da natalidade – as famílias não têm acesso ao planeamento familiar e acabam por ter uma prole muito numerosa –, assim como às questões de segurança interna.
No essencial, Bazoum tem desempenhado um papel positivo.
Está agora ameaçado pela sua guarda presidencial e em vias de ser derrubado por um golpe de Estado. Dois países vizinhos, o Mali e o Burkina Faso, conheceram nos últimos anos situações semelhantes. Seria muito negativo se o golpe em curso no Níger tivesse sucesso. Por isso, tem sido condenado pela região, pela ONU e por outros Estados exteriores ao continente africano.
Não entendo a atenção que os comentadores e a comunicação social dão constantemente ao partido da extrema-direita que tem alguns assentos na Assembleia da República.
Quando se discutiu os resultados eleitorais em Espanha, vários intervenientes nos debates televisivos aqui em Portugal pareciam estar apenas preocupados com o impacto que esses resultados poderiam ter no tal partido que por aí anda.
Esse partido é um apanhado que mistura parolos e brutamontes que giram à volta de um rapaz habilidoso, capaz de repetir sempre os mesmos slogans com um ar de quem vai salvar o país. Não é mais do que isso. O resto dos membros da agremiação são uns amadores, uns do tipo espertalhão outros do género papalvo.
Como é possível dar tanto espaço e tanta importância mediática a uma associação de medíocres? Será porque alguns deles sabem fazer muito barulho?
Não me cabe fazer comentários sobre a política interna de Espanha, no dia seguinte a um acto eleitoral especialmente importante para o povo espanhol. Digo isto sobretudo por duas razões: o país tem um contexto político muito complexo, que tem as suas raízes na cultura nacional, nas décadas de franquismo e na existência de profundos sentimentos nacionalistas; por respeito para com o povo de Espanha, a começar pelo pai do meu neto e o meu neto, que são sevilhanos de gema e patriotas como é frequente no país aqui ao lado.
Mas quero, apesar de tudo, fazer três observações genéricas: primeiro, terá de haver um governo de coligação, que consiga reunir a maioria nas Cortes que será necessária para funcionar; segundo, acho um erro qualquer coligação que englobe a extrema-direita ou partidos que são contra a unidade nacional; terceiro, o povo espanhol quer um governo ao centro, capaz de representar quem votou pelo centro-direita e pelo centro-esquerda.
Na realidade, a política na União Europeia precisa de ultrapassar os velhos conceitos do século passado e criar uma governação menos antagónica e mais equilibrada.
Essa é a leitura que cada vez mais me parece evidente. E que é difícil de aplicar por duas razões: os políticos continuam a pensar segundo esquemas mentais passados; os partidos estão mais interessados nos seus próprios interesses, no oportunismo dos seus dirigentes, que no futuro das suas populações.
O trigo e o joio de Vladimir Putin (dn.pt)
Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Cito, de seguida, umas linhas, como já é costume.
"E os principais importadores de cereais são a China, o Egipto, o Japão, o México e a Arábia Saudita. Assim se compreende que nos últimos doze meses, durante a vigência do acordo do Mar Negro, cerca de 25% dos cereais que passaram por esse corredor marítimo tivessem como destino a China. A continuação do acordo, que esta semana expirou por decisão da Rússia, teria interessado à China, para além da Espanha e da Turquia, que adquiriram, respetivamente, cerca de 20% e 10% da carga transportada. E ao nível dos países mais vulneráveis, apenas o Egipto importou um valor com algum relevo (1,55 milhões de toneladas), mais do dobro da tonelagem comprada, para fins humanitários, pelo Programa Alimentar Mundial da ONU."
Finalmente, Vladimir Putin anunciou que não estará presente na próxima cimeira dos BRICS, que terá lugar a partir de 22 de agosto, na África do Sul. Foi um grande alívio para os sul-africanos que não queriam de modo algum uma visita desse género, e uma prova clara que o presidente russo tem poucas hipóteses de viagens internacionais, depois da acusação formal do Tribunal Penal Internacional. Putin entende agora de maneira mais clara o que significa ser um pária na cena internacional.
A cimeira da NATO e as suas complexidades (dn.pt)
Assim se intitula o texto que hoje publico no Diário de Notícias.
Cito umas linhas:
"Nesta mesma linha de ideias, uma das conclusões que se deve tirar da cimeira é que a Europa precisa de reequilibrar a Aliança. Os EUA continuam a ser determinantes dentro da NATO. Têm 70% da capacidade militar existente e meios que não estão disponíveis no seio das Forças Armadas europeias. A dependência da Europa em relação aos Estados Unidos, uma dependência com várias facetas, desequilibra a organização."
Parece estar em curso uma onda de purgas entre as altas patentes militares russas. Isto é mau sinal. A camaradagem militar poderá falar mais alto que a lealdade política.
Por outro lado, não se sabe onde está Yevgeny Prigozhin. Existem todo o tipo de boatos sobre o seu destino.
A guerra entrou na fase mais perigosa para os seus responsáveis. É a fase da confusão, das dúvidas, das acusações no seio da classe dirigente. É isso que é preciso seguir com muita atenção.
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