Globalmente pensando
Ontem, o jornal i escreveu aquele artigo sobre os portugueses que têm algum peso na cena internacional. Quer na política quer ainda na economia. A verdade é que os media do nosso país não sabem como funciona a governação internacional. Como se estabelecem as relações de poder, que instituições contam e de que maneira operam. Mais grave ainda, as nossas universidades não possuem este tipo de conhecimentos. São meramente livrescas no que ensinam, sem mais. Falam de cor e salteado. Assim continuará a ser muito difícil preparar líderes com capacidade de voar no espaço do universo. O próprio MNE nunca deu qualquer tipo de atenção ao acompanhamento das carreiras dos portugueses que trabalham em organismos da ONU, ou noutros quadros institucionais globais.
Cogitava em tudo isto enquanto me ocupava de coisas tão lusas como transferir o meu registo de eleitor do estrangeiro para Portugal, bem como da obtenção de um atestado de residência, que me é exigido pelo patrão que me empregou durante várias décadas. Mas ultrapassei rapidamente esta fase, que se situa ao nível da junta de freguesia, ao ter um encontro com o Conselho da Europa sobre as relações Norte-Sul, seguido de uma discussão com o instituto norueguês que se ocupa das relações internacionais - NUPI, uma instituição que preparou, ao longo dos anos, vários dirigentes noruegueses para uma vida de prestígio público além fronteiras. NUPI está a tentar influenciar a reforma das operações de manutenção de paz. Ou seja, pensa global. A partir de uma capital longínqua, que se chama Oslo...
Acabei o dia a discutir refugiados, eleições no Sudão, foi por meio de uma conferência telefónica com Genebra.
Digo tudo isto, sem ir ao pormenor, para que se entenda um pouco melhor o que é estar conectado com o mundo. O que não nos impede de estarmos igualmente ligados às coisas que nos estão próximas.