Nem pouco mais ou menos
Foi um dia de exageros. A empresa a que estou ligado, de consultoria e relações internacionais, comunicou à Lusa que eu iria fazer parte de um Think Tank, um grupo de reflexão agora criado pelo Conselho da Europa para aconselhar o Centro Norte-Sul. Da comunicação em inglês, feita a partir de Londres, à tradução em português, o que era uma coisa simples, passou a ser outra. E o despacho foi enviado para os jornais, a dizer que eu iria ser o director executivo do Centro. E a imprensa pegou no assunto e a "notícia" saiu aos pulos, por toda a parte. Tudo com base num despacho equivocado, pobre jornalista que o escreveu.
Entretanto, eu estive toda a tarde fechado num aeroporto e num avião. Ao chegar ao destino, tinha uma série de mensagens de gente amiga a dizer coisas bonitas. Gosto, claro, de coisas bonitas. Mas neste caso, estávamos muito longe dos factos.
Um exagero. Um equívoco. Um erro.
Devo, no entanto, acrescentar que me sinto muito honrado por ter sido convidado para integrar este novo Think Tank. Que é uma excelente iniciativa, pois é fundamental reflectir sobre as relações entre a Europa e os países do Sul, em particular os da outra margem do Mediterrâneo.
Tudo isto aconteceu no dia em que me preparava para a reunião de planificação da formação que irá decorrer no quadro da NATO. Ou seja, numa altura em que estou muito ocupado com a manutenção da paz, o que me deixa pouco tempo para outras guerras.